Leia Mais
Siemens terá 10 dias para explicar denúncias, diz CGU Siemens não comenta decisão do Governo de processar a empresa Processo contra Siemens é 'cortina de fumaça', diz líderAlckmin diz que vai processar Siemens por lesar EstadoChefe do Cade omite ligação com deputado petistaCorregedoria do governador de São Paulo não se comprometeu a divulgar documentosCaso Siemens: comissão quer transparência de AlckminTRE suspende inserções do PT que mencionavam cartelProcesso do cartel no metrô de São Paulo pode ser aberto em 2013, diz CadeSiemens diz ter criado 'mecanismo de obediência às leis'Engenheiro e ex-diretor da Siemens é leniente no CadeEx-executivo da Siemens relata ilícitos em mais duas áreasJustiça nega novo pedido do governo de SP paraobter documentos sobre cartelQuatro cidadãos brasileiros (Everton Rheinheimer, Nelson Branco Marchetti, Newton José Leme Duarte e Peter Andreas Gölitz) e dois alemães (Daniel Mischa Leibold e Jan-Malte Hans Jochen Orthmann) são signatários do pacto, além da própria Siemens no Brasil e sua matriz na Alemanha.
O cartel teria operado entre 1998 e 2008 em gestões de governos do PSDB em São Paulo e no Distrito Federal. Segundo os delatores as violações consistiram em “discussões e reuniões sobre projetos de metrô, trens e sistemas auxiliares com o objetivo de trocar informações e acordar preços a serem cotados”.
Vinte empresas citadas como participantes de “diversos contatos e acordos anticompetitivos em licitações” estão sob investigação de inquérito administrativo do Cade e de procedimentos do Ministério Público Estadual e da Procuradoria da República. “Essas empresas costumavam se organizar em consórcios”, assinalam os lenientes.
Provas
Os denunciantes concordaram em apontar “todos os fatos e provas relevantes e auxiliar na investigação da infração à ordem econômica, com efeitos no território brasileiro, relativa à conduta anticompetitiva envolvendo projetos de metrô e/ou trens e sistemas auxiliares com o objetivo de obter os benefícios”.
Paulo Ricardo Stark, com passagens pela sede e pela filial da Siemens no México, assumiu a presidência da multinacional alemã no Brasil após a saída de Adilson Primo, que caiu há dois anos sob suspeita de desvio de recursos da companhia e remessas para uma conta no paraíso fiscal de Luxemburgo.
À PF, Stark compareceu na condição de testemunha, não de investigado. Reiterou que não tinha muito o que declarar ou colaborar com a investigação e que não pode responder pelas pessoas que supostamente praticaram os atos mencionados. Auditoria. O presidente da Siemens no Brasil afirmou à PF que a companhia continua conduzindo investigações internas e que os resultados dessa auditoria serão reportados ao Ministério Público Federal, ao Cade e à própria PF.
A investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal não ficará restrita a contratos do governo de São Paulo - estão sob análise contratos do Metrô e da CPTM. Na quarta-feira, 21, o MPF distribuiu para o grupo de combate a cartéis dados relativos a contratos da CBTU, vinculada ao Ministério das Cidades, em valor superior a R$ 420 milhões para reforma de trens em Porto Alegre e Belo Horizonte. Nesses casos, o cartel teria sido formado pela Alstom e CAF.