Jornal Estado de Minas

Acesso ao consumo gerou contradições, diz Carvalho

Gilberto Carvalho disse que as críticas da oposição aos problemas do país de infraestrutura são "análises rebaixadas"

Agência Estado
"Não é um problema de gestão, é um problema de modelo de sociedade", avaliou Gilberto Carvalho - Foto: Wilson Dias/ABR São Paulo - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira que as críticas da oposição, que atribui boa parte dos problemas de infraestrutura do país a uma suposta falta de gestão eficiente do governo federal, são "análises rebaixadas" da situação que o Brasil enfrenta. "Isso é uma análise muito rebaixada de quem não sabe a profundidade dos problemas que nós estamos. É muito fácil dizer. Não é um problema de gestão, é um problema de modelo de sociedade", avaliou.
Carvalho participou na manhã desta sexta-feira do evento Diálogos Capitais: O Brasil e os objetivos do desenvolvimento sustentável, promovido pela revista Carta Capital, na região central de São Paulo. Durante sua apresentação, o ministro fez diversas críticas ao atual modelo de desenvolvimento do governo federal, dizendo que ao mesmo tempo que promoveu o acesso ao consumo de "40 milhões de pessoas", gerou contradições, como problemas de infraestrutura e mobilidade urbana. Para ele, essas contradições levaram ao surgimento das manifestações de junho, que tomaram as ruas das principais cidades do País.

"Isso requer, não só do governo ou da oposição, uma outra reflexão e uma tomada corajosa de atitudes e de novos investimentos", disse, ao sair do evento. "É por isso que a presidenta esteve aqui em São Paulo anunciando bilhões de investimentos exatamente na questão da mobilidade urbana", disse.

Carvalho enfatizou em seus discursos a necessidade de encontrar um novo modelo de desenvolvimento ao País, que não seja baseado apenas no consumo. "Ou conseguimos fazer uma revolução cultural no nosso modelo de desenvolvimento, de relacionamento com a natureza, sociedade e com o outro, uma cultura de fraternidade, solidariedade, de não ao consumismo exacerbado, ou não vamos ter caminho nenhum", disse.