A Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva pretende fundar para concorrer às eleições presidenciais em 2014, confirmou nesta sexta-feira, 23, que vai dar entrada ao pedido de registro do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima segunda-feira.
Ao comentar suspeitas de irregularidades na coleta de assinaturas para a criação do novo partido, Feldman afirmou que apesar de ser possível a existência de alguns erros, que isso não justifica a especulação de que possa haver fraude. "Tivemos 12 mil voluntários colaboradores que fizeram as coletas pelo Brasil. É muito possível que algum desses não tenha feito direito. Não há controle total. São 850 mil fichas, fizemos uma triagem, mas algumas podem ter escapado", afirmou, ressaltando que é a favor de que essas suspeitas sejam investigadas. "São alguns casos que podem ter acontecido e que se abra investigação."
Feldman reiterou que alguns cartórios eleitorais estão ultrapassando o prazo de 15 dias para avaliar as assinaturas e disse que há "algumas que são rejeitadas sem explicação". Ele ponderou, no entanto, que não acredita em uma articulação política para dificultar a criação da Rede no âmbito judicial. "São problemas do sistema. Na Justiça a demanda é muito forte, pesada, tem poucos funcionários, teve as férias de julho, eles estão trabalhando a questão da biometria", citou o deputado, lembrando que no Congresso, PMDB e PT tentaram aprovar um projeto que impedisse a criação da Rede. "Houve um esforço gigantesco pra isso. Mas ele não conseguiram."
O tucano afirmou ainda que apesar das dificuldades, ele tem a "convicção de que a Rede será fundada". "Eu fui fundador do PSDB, dei a minha contribuição ao partido, mas hoje me encontro em sintonia com a proposta da Marina de desenvolvimento sustentável. Estou saindo do PSDB sem hipocrisia", disse. Questionado sobre seu futuro político em um eventual cenário que a Rede não consiga ser fundada, Feldman rebateu. "Eu só caminho para a Rede. No atual modelo não tenho nenhum caminho diferente. Mas tenho convicção de que a Rede vai sair. Eu não estou em busca de um novo partido, mas sim de um partido novo", finalizou.
O TSE avisou à direção do partido que precisa de um mês para analisar todo o processo. O prazo final para que todas as assinaturas estejam validadas e o processo ratificado pelo TSE é 5 de outubro, um ano antes do primeiro turno das eleições presidenciais. Marina e correligionários têm, portanto, menos de dois meses para isso. Até última sexta-feira, 16, apenas 250 mil fichas de apoio à Rede passaram pelo crivo dos cartórios. O número mínimo de apoiadores para a criação do partido é de cerca de 500 mil.