Trajando chapéu de boiadeiro, o senador, de cima de um palanque, respondeu. “Não sei o que o destino nos reserva, mas, onde eu estiver, contem comigo”, afirmou. “Sou um homem do interior”, frisou. Antes de sair da festa, Aécio repetiu o ritual de beijar crianças, idosos e conversar com populares. Questionado se já pode ser considerado candidato ao Planalto, Aécio foi cauteloso: “Sou mineiro. Não vou colocar o carro na frente dos bois”.
Prefeitos, deputados estaduais e federais do PSDB e secretários do governo de São Paulo acompanharam o senador na visita a Barretos, apesar da pressão feita ao longo da semana pelo ex-governador de São Paulo José Serra, que tem se empenhado também em tentar esvaziar uma reunião de Aécio com deputados estaduais paulistas marcada para quinta-feira. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), contudo, não apareceu. Segundo aliados do tucano, ele decidiu não acompanhar o senador para não “melindrar” Serra.
Em seguida ao concurso gastronômico, Aécio subiu em palanque para discursar a dezenas de prefeitos e vereadores da região. Atrás do palco, uma grande faixa foi instalada com os dizeres: "PSDB unido na caminhada de Aécio Neves". Para o deputado federal Carlos Sampaio (SP), líder do partido na Câmara, “o PSDB inteiro está com Aécio”. “Não há dúvida de que ele será o nosso candidato à Presidência. As pessoas falam em prévias, mas nos 27 diretórios estaduais do PSDB ninguém defende a disputa interna”, afirmou ele.
Prévias Aécio disse ainda que não pretende deixar a presidência do PSDB nacional se a legenda decidir realizar prévias para escolher o candidato tucano ao Planalto. Semana passada o senador admitiu que aceita a consulta interna, cobrada por Serra, mas só depois do fim do prazo de filiação partidária, em 5 de outubro. A renúncia ao cargo é defendida por serristas, para que Aécio não tenha privilégios na disputa.
“Fui eleito. Não costumo renunciar aos cargos que ocupo”, ironizou Aécio – numa referência sutil às duas renúncias de Serra: em 2006, quando desistiu da prefeitura para concorrer ao governo, e em 2010, quando deixou o governo para ser candidato à Presidência. Aécio visitou também o Hospital do Câncer de Barretos. (Com agências)