Quase dez anos depois do crime, começou na manhã desta terça-feira, na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte, o julgamento dos réus da Chacina de Unaí, conforme ficou conhecido o crime de repercussão internacional que resultou na morte de quatro servidores do Ministério do Trabalho, mortos por pistoleiros durante fiscalização trabalhista em janeiro de 2004 naquela cidade do Norte de Minas.
Leia Mais
Chacina de Unaí mantém "ferida aberta" de viúvas das vítimasPistoleiros acusados pela Chacina de Unaí vão a júri 10 anos depois em BHPrescrição ronda Chacina de UnaíMinistério Público quer júri da Chacina de Unaí em BHSuspensão do júri da Chacina de Unaí vai custar R$ 70 milPistoleiro complica Mânica no julgamento da Chacina de UnaíComerciante põe culpa em fazendeiro pela chacina de UnaíInformante acusa fazendeiro como mandante de Chacina de UnaíPassado de crimes complica réus da Chacina de UnaíDefesa de réu da chacina de Unaí desqualifica Polícia FederalProtesto
Na manhã desta terça-feira, na porta da Justiça Federal, localizado na avenida Álvares Cabral, na Região Centro-Sul da capital, em torno de 30 pessoa, lideradas por representantes da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas e da Associação Nacional dos Auditores Fsicais da Receita Federal do Brasil, protestavam com cartazes, pedindo justiça.
Mandantes do crime
Os irmãos Norberto e Antério Mânica, acusados de serem os mandantes da Chacina de Unaí, já esperam uma pena mais leve, antes mesmo de irem a julgamento. A juíza da 9ª Vara Criminal da Justiça Federal de Belo Horizonte, Raquel Vasconcelos Alves de Lima, decretou a prescrição de dois crimes imputados aos irmãos em razão da demora da Justiça em concluir o processo.
Depois de inúmeros recursos que chegaram até o Supremo Tribunal Federal (STF), o fazendeiro Norberto Mânica e seu irmão, o político Antério, se livraram da acusação de frustar, mediante violência, direito assegurado pela legislação trabalhista. Noberto ainda se beneficiou com a prescrição de outro crime: opor-se à execução de ato legal, uma vez que sua fazenda era alvo de fiscalização dos três auditores executados. Eles ainda respondem por homicídio triplamente qualificado.
A prescrição chega às vésperas de a Chacina de Unaí completar uma década. Desde o ocorrido, em janeiro de 2004, servidores do Ministério do Trabalho têm feito manifestações pelo fim da impunidade a cada aniversário do crime. Ainda não foi marcado o julgamento dos irmãos acusados de mandar executar os aassassinatos. (Com informações de Maria Clara Prates e Leonardo Augusto)