A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, esquivou-se nesta quarta-feira de fazer comentários sobre a situação a que foi submetido o senador boliviano Roger Pinto Molina, que ficou 455 dias asilado na embaixada brasileira em La Paz. Lembrada que o senador ficou limitado a um "cubículo" com direitos cerceados, como relatou o embaixador interino do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia, em situação de desrespeito aos direitos humanos, Maria do Rosário disse que não iria opinar porque isso "diz respeito a uma situação que ocorreu na Bolívia".
Para a ministra, a Secretaria de Direitos Humanos faz uma "atuação interna no Brasil e a representação de direitos humanos no mundo é uma questão do Itamaraty". Diante da insistência da imprensa que a situação poderia ser considerada de desrespeito aos direitos humanos, a ministra respondeu: "a posição do Brasil é pela não ingerência e solução local na situação. Foi isso que a presidente disse no seu discurso".
Questionada se o governo brasileiro não poderia ser acusado de estar compactuando com desrespeito aos direitos humanos, a ministra respondeu que, na verdade, o senador estava sendo "acolhido" pelo Brasil.
Para evitar comentar o assunto, a ministra Maria do Rosário afirmou que a presidente Dilma já havia "pontuado" muito bem esta questão. "O discurso dela é referência para nós. Nós não colocamos ninguém, jamais, em situação de risco. Decisões deste tipo têm de ser tomadas em acordo. Não se pode tomar decisões individuais. Portanto, não me cabe nenhuma condenação fora da linha que o governo adotou", declarou a ministra.