Janot também respondeu sobre o episódio que envolveu a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. "A extradição não ultrapassa o asilo político. O asilo político pressupõe uma perseguição política na origem. No Direito Internacional, prevalece o non-refoulement, ou seja, você não devolve a pessoa à origem naquele status em que ela se encontra", respondeu. "Não vejo a possibilidade de uma concessão de extradição enquanto perdurar o asilo. Agora, o asilo também não é uma decisão permanente. É uma decisão de governo, é uma decisão política que pode ser revista", acrescentou.
Mandatos
Questionado pelos senadores sobre qual entendimento teria a respeito da prerrogativa da perda de mandato de parlamentares, o subprocurador lembrou que o tema ainda não tem uma definição. "Esse pacote vamos ter de desembrulhar. Vejo assuntos jurídicos relevantes que não têm nenhuma resposta agora. Vamos ter de compatibilizar a existência de um mandato com a perda dos direitos políticos, que é consequência lógica de uma sentença condenatória', disse.
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Bolívia devia ter dado salvo conduto a Molina, diz JanotRodrigo Janot faz corpo a corpo por apoio de senadoresRodrigo Janot fica em 1.º em votação para chefe do MPFMPF reitera acusação contra réus da Operação RodinNo discurso inicial, o subprocurador prometeu, se tiver a indicação confirmada, criar uma secretaria de Relações Institucionais para ter um contato direto com o Congresso. "Parafraseando os versos do compositor Djavan, o Ministério Público não pode ser uma ilha a centenas de milhas daqui. Não deve se isolar do convívio institucional, não deve se negar à dimensão pública do seu ministério", disse. "A marca da minha trajetória funcional até aqui revela ser fundamental que o Ministério Público esteja sempre aberto ao dialogo e à interação institucional", afirmou.