A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ministra Cármen Lúcia disse nesta quinta-feira que o Congresso precisa trabalhar numa proposta de reforma política que atenda aos anseios da sociedade. A ministra participou hoje da primeira sessão temática sobre o assunto no Plenário do Senado.
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O fim da suplência para senadores também foi comentada por Cármen Lúcia. “A ideia de um suplente é que ele seja escolhido sem que haja relação de parentesco”. Para a ministra, esse seria um caminho juridicamente coerente com a Constituição que já não permite mais nepotismo no serviço público.
A ministra também ressaltou que tudo que vier para moralizar e diminuir gastos para o eleitor e para os candidatos “vai bem”. Ela também considerou que as prévias fortalecem os partidos e são bem-vindas para os cidadãos.
Na chegada ao Senado, a presidente do TSE foi cautelosa ao falar sobre a absolvição do deputado Natan Donadon (sem partido-RO) ontem, pela Câmara dos Deputados. "Se o resultado agradou ou não, aí compete ao povo dizer ”.
"O que o Congresso entendeu que deve ser feito, foi feito. O STF fez o papel de julgar. Cassação ou não é competência do Congresso", avaliou.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) alertou que a reforma política é a mais resistente das unanimidades estáticas. “Sem o empurrão, sem o tranco da sociedade, essa reforma continuará a ser estática, embora unânime”, admitiu. “Todos são favoráveis à reforma política, todos a advogam, mas ela não avança um milímetro sequer”, reconheceu.
Segundo Renan, o motivo para isso é que além de cada um defender um modelo próprio, muitas deliberações dependem de quórum qualificado, o que dificulta a formação de um consenso. Mesmo assim ele disse que a Casa está empenhada em uma solução para o tema.