Na tarde desta quinta-feira a bancada do PT divulgou nota dizendo que não se omitiu em nenhuma fase do processo contra Donadon e que o sentimento geral entre os petistas era favorável à perda de mandato do deputado preso no Complexo Penitenciário da Papuda há dois meses. "A bancada do PT sozinha não consegue dar vitórias a ninguém, muito menos a Natan Donadon", diz a nota assinada pelo líder José Guimarães (CE).
Deputados e lideranças partidárias na Câmara dos Deputados passaram o dia dando explicações sobre a votação que manteve o mandato parlamentar de Natan Donadon (sem partido-RO). Na sessão da noite de quarta-feira, 28, 233 deputados votaram pela cassação de Donadon, quando o mínimo necessário era de 257 votos favoráveis. O painel registrou 131 votos contra a cassação e 41 abstenções.
PSD
No PSD, o líder Eduardo Sciarra (PR) tentou justificar sua ausência alegando que estava em um compromisso previamente agendado, mas reforçou que votou a favor da cassação de Donadon na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última semana. O partido reclamou da contagem dos deputados presentes na Casa. "Esclarecemos que o painel utilizado para a contagem de presentes na Casa, aberto às 14 horas, não foi zerado para a sessão extraordinária, confundindo a imprensa e formadores de opinião sobre o número de votos que deveriam ser contabilizados durante o processo. Muitos parlamentares registraram presença durante o dia e seguiram viagem antes das 20h30, horário em que a votação foi iniciada, para seus respectivos Estados, afim de cumprir compromissos oficiais, previamente agendados", destacou.
Obstrução
O PPS e o DEM defenderam a obstrução de todas as votações da Câmara até que seja aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do fim do voto secreto em sessões de cassação de mandato. "Além da jabuticaba, temos agora outra exclusividade no Brasil: o deputado em exercício de mandato e preso", ironizou o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP).
O partido de Freire anunciou que, assim como o PSDB, entrará com um mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o processo que culminou com a absolvição de Donadon em plenário. Para a sigla, cabia à Mesa Diretora da Câmara apenas declarar a perda do mandato e não submetê-lo a julgamento de seus pares, uma vez que Donadon teve seus direitos políticos suspensos após a condenação por peculato e formação de quadrilha.