Jornal Estado de Minas

Parlamentar renuncia em primeira reunião de comissão criada para investigar deputados

Agência Brasil
A primeira reunião da Comissão Parlamentar Processante criada na Assembleia Legislativa de Rondônia para apurar a conduta dos deputados estaduais investigados na Operação Apocalipse terminou com o pedido de renúncia de um dos cinco membros. Durante a reunião feita em caráter extraordinário na tarde de quarta-feira, o deputado Valdivino Tucura (PRP) pediu para ser retirado da comissão.
Inicialmente, a comissão deveria ter sido instalada na terça-feira, mas não pode começar os trabalhos por falta de quórum. Com a renúncia, caberá à mesa diretora definir o novo membro da comissão, com base na composição das bancadas e blocos na Assembleia Legislativa de Rondônia.

A comissão foi criada após o afastamento de cinco deputados suspeitos de envolvimento em um esquema de financiamento de campanhas políticas com dinheiro do tráfico de drogas e fraudes em cartões de crédito. Os integrantes da comissão vão investigar se houve quebra de decoro do presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Hermínio Coelho (PSD), investigado por crime de peculato, do vice-presidente da Casa, Jean Oliveira (PSDB), e dos deputados Ana da 8 (PTdoB), Adriano Boiadeiro (PRP) e Cláudio Carvalho (PT).

A comissão terá 90 dias para apresentar o relatório, podendo o prazo ser estendido em mais 30 dias, caso necessário. Os parlamentares também definiram que se reunirão ordinariamente todas as quartas-feiras. Comissão semelhante foi criada na Câmara de Vereadores de Porto Velho (RO) para apurar o envolvimento de cinco vereadores com a quadrilha.

Os crimes investigados na Operação Apocalipse, segundo a polícia, estão ligados a um esquema de estelionato, tráfico de drogas, falsificação de documentos, fraude em empresas de cartões de crédito, peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, prevaricação, quebra de sigilo funcional e formação de quadrilha, que movimentou R$ 80 milhões em nove estados. Só em Rondônia, foram R$ 33 milhões. A quadrilha tem um patrimônio que inclui 200 carros, imóveis e cotas em empresas. O inquérito deve ser encaminhado à Justiça no início de setembro.