O prazo regimental de 90 dias para a análise do processo já expirou e, portanto, o Conselho de Ética está com a pauta trancada e não pode apreciar nenhum outro caso até concluir o do tucano.
O deputado federal Carlos Lereia é acusado de envolvimento com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O primeiro relator do caso no Conselho, Ronaldo Benedet (PMDB-SC), chegou a pedir a cassação do mandato de Lereia, em 21 de agosto. O voto do peemedebista, no entanto, foi rejeitado por 12 votos a três, além de uma abstenção.
Em seu voto, Benedet disse que fica "evidente a participação do parlamentar na intermediação dos interesses buscados por Carlinhos Cachoeira". De acordo com o ex-relator, Carlos Lereia beneficiou-se do esquema de Carlinhos Cachoeira e trabalhou para que o contraventor alcançasse seus objetivos.
Como o parecer de Benedet foi derrubado, Lereia não mais poderá perder o mandato. O Conselho de Ética poderá absolvê-lo ou propor punições alternativas, que podem ir de uma advertência à suspensão temporária do mandato.