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Brasil cobra explicações formais dos EUA sobre espionagem de Dilma e autoridadesCâmara quer ouvir Cardozo sobre novas denúncias de espionagem Deputado avalia que espionagem feita pelos EUA é 'gravíssima'Defesa de direitos humanos é defesa da vida, diz Maria do RosárioMarco Civil da Internet poderia inibir espionagem, avalia ministérioPlanalto quer fechar empresa que facilitar espionagemVisita de Dilma aos Estados Unidos poderá ser adiadaAtualmente, não há norma internacional específica sobre segurança na internet, que tipifique crimes cibernéticos ou que verse sobre violações no mundo virtual - especialmente entre países, como tem sido o caso das escutas telefônicas e das invasões de páginas pessoais e de correio eletrônico. O tema vem sendo estudado por acadêmicos e especialistas em direito internacional, que acreditam ser um dos mais importantes a ser normatizados pela comunidade internacional.
Segundo o ministro da Justiça, Luiz Eduardo Cardozo, o governo brasileiro vai aguardar o posicionamento formal dos Estados Unidos a respeito da questão, que deverá ser feito ainda nesta semana, para então tomar as medidas cabíveis.
No Congresso, parlamentares haviam mencionado a possibilidade de levar a questão da espionagem a órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, hoje foi a primeira vez em que foi citado o acionamento de organismos de direitos humanos - como pode ser feito no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), por meio da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
"Precisamos acabar com o ciclo do que está acontecendo. Cheguei dos Estados Unidos no final da semana e no domingo já tivemos uma nova denúncia", reclamou José Eduardo Cardozo, sobre uma matéria veiculada nesse domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo, em que foi denunciada a espionagem de dados da presidenta Dilma. O ministro da Justiça se mostrou incomodado com a recorrência das denúncias e com a falta de acordo entre os governos na última semana.
No Brasil, a interceptação de dados telefônicos ou virtuais só pode ser feita por meio de autorização judicial. No caso, se os Estados Unidos quisessem ter acesso a dados do país - de pessoas, de empresas ou mesmo do governo -, teriam de tomar a via judicial para isso, por meio de tribunais, que poderiam, ou não, acatar o pedido.