Jornal Estado de Minas

PDT exige cargo de vice-governador ou senador para dar apoio nas eleições de 2014

Em Minas Gerais, o PDT está dividido entre manter a aliança com o PSDB ou migrar para uma composição com o PT

Isabella Souto
Quem quiser o apoio do PDT nas eleições de 2014 terá que ceder à legenda um espaço na chapa majoritária, ou seja, a indicação a vice-governador ou senador. A condição foi aprovada há três semanas pela executiva nacional do partido e deverá ser seguida em todos os estados em que ele não apresentará candidaturas próprias ao governo. A orientação foi passada ontem aos deputados estaduais e federais e prefeitos do PDT durante encontro à tarde com o presidente nacional, Carlos Lupi. A estratégia é fortalecer a sigla e garantir mais vagas na Câmara dos Deputados e assembleias legislativas.
Em Minas Gerais, o PDT está dividido entre manter a aliança com o PSDB, do governador Antonio Augusto Anastasia e do senador Aécio Neves, ou migrar para uma composição com o PT, que deverá lançar o ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na disputa pelo Palácio da Liberdade em 2014. "Essa é a nossa condição, porque fortalece o partido. É uma estratégia para crescer", argumentou Carlos Lupi, que conversou sobre o assunto com Anastasia em encontro pela manhã. Há alguns dias ele foi procurado por Pimentel, que ofereceu a composição ao PDT.

Embora considere a aliança com o PSDB o caminho natural do PDT, Carlos Lupi admite a possibilidade de se aliar ao PT em 2014. "O PSDB quer estar com a gente na disputa pelo governo e acho que isso tem que ser discutido com os demais partidos", disse. Questionado sobre a oferta do PT, foi evasivo. "Deixa evoluir", limitou-se a dizer.

Nome mais cotado pelo PDT para uma candidatura na chapa majoritária, o deputado federal e presidente estadual da legenda, Mário Heringer, ressaltou a importância das composições para as eleições do ano que vem. "Se não nos mexermos, o PDT será sempre um partido de médio porte", argumentou. Na avaliação do parlamentar, o PDT tem hoje o cacife de ter modelos para a área de educação e estar mais voltado para a esquerda. O que não significa uma aproximação maior com o PT. "O PT está hoje mais para o centro, com tendência à direita", disse.

Já no plano nacional a tendência do PDT é apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), de cujo governo faz parte com o comando do Ministério do Trabalho. No entanto, Carlos Lupi reconhece que a legenda poderá rever a posição com a confirmação da candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República. "Será uma escolha de Sofia", brincou o pedetista, em alusão ao filme que conta a história da polonesa Sofia Zawistowka, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz que é obrigada a escolher um dos filhos para ser morto.

Convite

Na tentativa de ter um candidato a governador nas eleições do ano que vem, o PDT quer levar para seus quadros o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PSDB). O convite para a nova filiação foi feito por Carlos Lupi ontem, durante almoço no Ninho das Águas, como é conhecido o anexo da sede da Assembleia Legislativa. O tucano teria agradecido o convite para retornar à legenda da ual já foi filiado e dito que agora não pode tomar nenhuma decisão.