Leia Mais
Protestos obrigam PSOL a 'discutir relação' com as ruasParlamentares do PT e PSOL prestam solidariedade ao governo da BolíviaPSOL quer esclarecimentos da Defesa e do Itamaraty sobre vinda do senador bolivianoDeputada do PSOL-RJ enfrentará inquérito na PFChico Alencar defende afastamento de Janira do PSOLDeputada admite que PSOL usou dinheiro de sindicatoO episódio causou grande constrangimento no PSOL, partido que faz da ética uma de suas principais bandeiras. Os dois ex-funcionários foram flagrados pela polícia, acionada pela secretária de Defesa do Consumidor do Estado, Cidinha Campos (PDT), a quem ofereceram o dossiê. Na Delegacia Fazendária, Marcos Paulo Alves disse que recebia R$ 7.200 mensais, dos quais R$ 4 mil eram destinados ao gabinete, em prática conhecida como "cotização". Os ex-servidores entregaram vários documentos de contas de campanha, cópias de anotações da deputada e gravações.
Em uma das gravações, Janira reconhece a prática de cotização: "Eu não faço nada dentro desse mandato que eu possa me envergonhar. Pode até ser que algumas coisas feitas aqui, a única, que é a cotização, não é legal lá fora. Mas isso não me envergonha. Eu não estou roubando dinheiro para mim".
Em outra gravação, a deputada do PSOL discute a elaboração de um relatório, provavelmente de prestação de contas do Sindsprev. "A gente pode botar no relatório que o dinheiro foi para atividades políticas, mobilizadoras. Não pode dizer `ah, (foi) para construção do PSOL, foi para eleger deputado'. Isso é crime, tanto do sindicato quanto nosso, é crime eleitoral", diz Janira.
Em entrevista, Janira disse que alguns funcionários de seu gabinete cedem "voluntariamente" parte dos salários, quando são organizadas atividades externas que envolvem, por exemplo, viagens e hospedagem de militantes. "É uma vaquinha. Outra coisa é o deputado pegar para fixa do salário do funcionário, o que é ilegal. Não cometi nenhum crime", afirmou.
Em anotações da deputada, estava uma lista de parlamentares do PSOL, com indicações como "150 mil" e "130 mil". Janira disse que não são valores em dinheiro, mas material de campanha distribuído aos candidatos, o que era uma de suas atribuições na campanha de 2010.
Freixo
Principal nome da oposição ao governador Sérgio Cabral (PMDB) na Assembleia, o deputado Marcelo Freixo reprova a doação de parte do salário, mesmo que voluntária. "O funcionário pode fazer com o salário o que quiser, mas é muito delicado querer doar parte do salário, mesmo voluntariamente, porque pode se confundir com obrigatoriedade", afirmou Freixo. O deputado disse que também será preciso investigar as doações feitas a Janira por prestadores de serviço contratados pelos Sindsprev. "Janira é uma excelente deputada. Tudo que está acontecendo é muito ruim, a imagem é ruim, porque a gente tem uma fala muito dura. O importante é responder rapidamente, o que estamos fazendo", disse Freixo.