O receio de que se repitam manifestações violentas como as que ocorreram em junho, durante a Copa das Confederações, retirou do desfile de 7 de Setembro, em comemoração à independência do Brasil, a tradicional participação de alunos dos colégios Militar, mantido pelo Exército, e Tiradentes, da Polícia Militar (PM). O tenente-coronel Alberto Luiz Alves, assessor de Comunicação da PM, admitiu ontem que a ausência dos estudantes do Tiradentes, entre outras razões, é uma forma de preservar os jovens.
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PM traça estratégias para evitar tumultos em manifestações no 7 de SetembroDesfile de Sete de Setembro é cancelado em Contagem por causa de possíveis protestosProjeto quer banir mascarados durante manifestações em Belo HorizonteA possibilidade de novas manifestações no sábado, cujos indícios já pipocam a partir de mobilização nas redes sociais, foi incluída no planejamento da segurança na cidade, de responsabilidade da Polícia Militar, de acordo com o assessor. Segundo Alberto Luiz, não é possível revelar dados sobre o número de homens que serão mobilizados, não só para o desfile, como também para a segurança dos que assistem ao desfile e dos manifestantes pacíficos. “Como ocorre em todo grande evento nacional, as manifestações populares foram contempladas em nosso planejamento. Estamos preparados para garantir a tranquilidade para o desfile, para os cidadãos que vão assistir e para os manifestantes, independentemente da sua ideologia. Afinal estamos comemorando a liberdade”, explicou. O tenente-coronel Alberto Luiz ressaltou, no entanto, que a estrutura de segurança montada não diferencia muito de outras comemorações, como o 21 de abril. “Nessas datas sempre temos manifestações populares”, justificou o militar.
Grito
Até agora, a manifestação programada para sábado que ganha mais volume, com reforço de outros movimentos sociais que participaram dos protestos de junho, é o Grito dos Excluídos, que este ano está marcado para acontecer sob o Viaduto Santa Tereza, no Centro da capital. Outra manifestação, batizada de Operação 7 de Setembro, marcada para várias cidades do Brasil, será realizada na Praça Sete, em defesa do fim do voto obrigatório e da prisão imediata dos condenados no escândalo do mensalão. De acordo com o assessor da PM, a corporação estará participando da comemoração cívica como “uma instituição democrática e fardada”, mas vai garantir a segurança de todos aqueles que estiverem comemorando a democracia. (Colaboraram Leonardo Augusto e Felipe Canêdo)