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Bolívia apresentará documentos que comprovam denúncias contra Molina, reitera ministroPinto Molina é retirado de Brasília para evitar politização do casoBolívia devia ter dado salvo conduto a Molina, diz JanotSenador boliviano presta depoimento hoje à Justiça brasileiraPinto Molina prestará depoimento à Justiça do Brasil pela primeira vezAdvogado sugere que Molina fale à comissão que investiga SaboiaNessa quarta-feira, a defesa de Pinto Molina foi surpreendida. Vásquez Villamor, que seguia de La Paz (capital boliviana) para Brasília, ficou retido por seis horas no Aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia). Ex-senador, o advogado conseguiu ser liberado após uma longa negociação com as autoridades bolivianas. Ele vem a Brasília para agregar mais documentos ao processo de Pinto Molina.
“A retenção do advogado Vásquez Villamor é uma demonstração clara que o caso do senador é tratado como uma questão política. É um absurdo um advogado ficar retido no aeroporto. Isso não pode ocorrer em situação alguma. É um insulto”, declarou o advogado.
No Brasil há 12 dias, Pinto Molina ficou abrigado por 455 dias na embaixada brasileiras em La Paz e, ao deixar seu país, deflagrou uma crise diplomática entre bolivianos e brasileiros. O governo de Morales classifica o parlamentar como um “delinquente comum”. O senador nega as acusações relativas a desvios de recursos públicos e corrupção. No total, são mais de 20 processos que envolvem o parlamentar.
“As acusações contra o senador surgiram a partir de 2011, quando ele passou a denunciar o envolvimento de autoridades, ligadas ao presidente Evo Morales, com o narcotráfico. Ele tem 30 anos de vida pública e jamais houve uma denúncia contra ele, só agora, por que será?”, reagiu o advogado.
A missão de alto nível, que desembarcará em Brasília, é formada pelo ministros Carlos Romero (Casa Civil), Nardi Suxo (Transparência Institucional e Luta contra a Corrupção), Cecilia Ayllón (Justiça) e integrantes do Ministério Público. A missão pretende apresentar documentos sobre os processos judiciais envolvendo Molina.
Pinto Molina foi retirado da Bolívia rumo ao Brasil, em uma operação organizada pelo encarregado de Negócio do Brasil em La Paz, o diplomata Eduardo Saboia, que desencadeou uma crise diplomática. O então chanceler Antonio Patriota foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado. Em junho de 2012, o Brasil concedeu asilo diplomático ao senador, mas o governo boliviano não deu o salvo-conduto para ele deixar o país.