Integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado vão visitar o quartel do exército onde funcionou Departamento de Operações e Informações (DOI) do 1º Exército durante a ditadura militar, no Rio de Janeiro. Vetados, em agosto, de entrar no local, membros da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade do Rio estarão com os senadores. No local, ocorreram torturas e mortes de opositores do regime.
Antes dessa autorização formal, a comissão já havia aprovado um requerimento para fazer uma diligência no local. Agora, a ida foi transformada em convite pela Defesa e aprovada nesta quinta-feira, 5, em requerimento durante reunião da CDH.
Barrados
Integrantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio foram impedidos de entrar no DOI pelo Comando Militar do Leste. A visita foi proibida sob o argumento de que a comissão não tem respaldo legal para fazer diligência em área administrada pelo governo federal. O presidente da comissão, Wadih Damous, disse na época que o Exército havia sido notificado sobre a visita, mas informou que não permitiria a entrada.
A intenção da comissão é pressionar para que o prédio seja tombado e se torne centro de memória sobre a tortura praticada durante o regime militar. Registros e testemunhos apontam que foi no antigo DOI que o ex-deputado Rubens Paiva foi preso, torturado e morto.
Segundo Capiberibe, o general demonstrou preocupação com a ida dos membros da Comissão da Verdade e tinha preferência pela ideia de uma comitiva integrada apenas por parlamentares. O senador, contudo, destacou a necessidade da presença da comissão e disse que pretende trabalhar para "o resgate e a preservação da memória do período ditatorial, que deve servir como instrumento de conscientização sobre a importância de democracia, para que fatos semelhantes não voltem a acontecer".