O partido sustenta três pontos para respaldar sua confiança nessa possibilidade, apesar da inferioridade numérica: o isolamento do PT no Congresso, onde não dispõe do seu trânsito junto às demais bancadas, a renovação da aliança que lhe garante a Presidência da República e o fato de o regimento interno da Casa, ao contrário do Senado, não garantir a indicação para o cargo à maior bancada.
A estratégia é manter o duplo comando do Congresso, já que no Senado o partido acredita que manterá a vantagem numérica sobre o PT , o que lhe garante a precedência. O cenário futuro explica a postura mais amena do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), com o governo, em comparação com a de seu par na Câmara dos Deputados, Henrique Alves.
Renan ainda investe no apoio do PT à candidatura de seu filho, de mesmo nome, ao governo de Alagoas, para manter a perspectiva de sua reeleição e conquistar duplo poder - federal e regional. O PT resiste, não só porque a fórmula o retira da disputa pelo Senado, como também porque as chances de Renan Filho no Estado são mínimas em relação ao pai. A disputa tomou conta da campanha interna do PT que deverá reeleger Rui Falcão presidente da legenda com o apoio do ex-presidente Lula. Seus opositores têm como bandeira principal a crítica às concessões feitas ao PMDB na aliança nacional e na composição das chapas estaduais.
Luta inglória que esbarra na oposição de Lula, empenhado em garantir a ampliação das bancadas na Câmara e Senado (principalmente neste), cedendo ao PMDB a primazia nos Estados, o que explica a mão de ferro no Maranhão e no Rio, onde submete o partido aos interesses de Sarney e Sérgio Cabral, apesar do desgaste de ambos.