O Congresso concentra forças para votar um ponto da chamada pauta positiva, na tentativa de melhorar a imagem do Legislativo: o fim do foro privilegiado. Assim como o término do voto secreto, o tema é alvo de opiniões controversas, tem propostas que se distinguem pela amplitude dos efeitos e é usado para defender interesses particulares dos parlamentares. O projeto é defendido pelos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AP).
Na terça-feira da semana passada, na reunião de líderes da Câmara em que se decidiu colocar na pauta do dia a proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com o voto secreto em todas as instâncias, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), sugeriu que a questão do foro especial fosse a próxima a ser discutida. Henrique Alves apoiou. “Mandei levantar as propostas sobre o assunto, nossa ideia é fazer um exame detalhado e levar logo ao colégio de líderes. Acabar com o foro para todo mundo é uma demanda da população, e a Casa está muito sensível a ela”, disse o peemedebista ao Correio. No Senado, Renan já havia incluído o tema na lista em resposta às manifestações de julho. “Nós tomaremos as providências para, ouvindo os líderes partidários, colocar essa importantíssima matéria na ordem do dia”, comentou, à época.