O subsecretário de Segurança Pública da Bahia, Ari Pereira, atirou contra um grupo de cerca de mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que acampam, desde segunda-feira, 09, no Centro Administrativo da Bahia - bairro que concentra os prédios da administração estadual. Segundo os integrantes do movimento, ele fez três disparos. Ninguém ficou ferido, mas uma das portas da sede da SSP foi danificada por um tiro.
Segundo as lideranças do movimento, assim que a manifestação chegou à sede da secretaria, Pereira teria começado a disparar. Imagens captadas por integrantes do MST mostram o subsecretário empunhando uma pistola, apontando na direção dos manifestantes.
A assessoria de imprensa da SSP confirmou que Pereira atirou, mas apenas uma vez, como "advertência". O órgão justificou que o subsecretário agiu para defender os servidores que já estavam no prédio de uma invasão - segundo a assessoria, integrantes do movimento, armados com foices, facões e pedaços de madeira, chegaram a entrar no prédio antes do disparo, o que foi negado pelo MST. Após o tumulto, os manifestantes resolveram montar acampamento na frente da secretaria.
Durante a tarde, o secretário de Segurança, Maurício Barbosa, recebeu os líderes do movimento para uma reunião, na qual foi discutida a investigação sobre o homicídio. Pouco depois, o MST desmontou o acampamento na frente do prédio. Em nota, Barbosa disse que "sempre se reúne com movimentos sociais" para "solucionar problemas ligados à pasta", mas qualificou como "intolerável" a invasão de um prédio público - "notadamente um que sedia a segurança pública", disse.