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Senador boliviano presta depoimento hoje à Justiça brasileiraSenador boliviano será ouvido pela Justiça FederalSenador boliviano adia ida à Câmara dos Deputados por "fatores conjunturais"Ex-presidente da Bolívia agradece por asilo a MolinaSTF arquiva habeas corpus do senador boliviano Pinto MolinaSenador boliviano aguarda decisão do Brasil sobre pedido de asiloDiplomata que ajudou fuga de senador agradece apoioAdvogado acusa secretário de tentar intimidar senador bolivianoRepresentantes da Advocacia Geral da União (AGU) que acompanharam o depoimento não questionaram o senador sobre os riscos que a embaixada brasileira teria sofrido. Israel Pinheiro, subprocurador regional da AGU, que também acompanhou o depoimento, se limitou a questionar Pinto Molina sobre o possível risco de morte que ele correu durante a viagem ao Brasil, que não foi comunicada ao governo boliviano. Em determinado momento, o juiz Catta Preta Neto reclamou que o representante da AGU quis impedir perguntas da defesa do diplomata Eduardo Saboia. Catta Preto observou, em outro momento, que o Brasil não vive uma ditadura. "Deus nos livre", desabafou.
O advogado Ophir Cavalvante, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que defende Saboia, avaliou que a estratégia da AGU é insistir na tese de que o senador correu risco de morte ao fazer a viagem para o Brasil. "Está claro, no entanto, que pela demora dos governos no caso, o senador não tinha outra opção, sob pena de mofar até a morte no cativeiro."
No seu depoimento, o senador disse que a saída da embaixada não foi de risco total. Ele lembrou que foi acompanhado por Saboia e por fuzileiros da embaixada durante todo o trajeto. Ele contou que, durante a permanência na representação brasileira, o ex-embaixador brasileiro Marcel Biato relatou que o governo boliviano chegou a propor a sua viagem para o Brasil sem um "salvo-conduto", uma autorização. Os diplomatas estranharam a proposta. Pinto Molina disse que estava em processo de "degradação mental" quando recebeu ajuda para sair da embaixada, onde viveu num quarto de 4 metros quadrados, sem luz direta do sol ou banheiro. "Devo a minha vida ao Eduardo e a minha liberdade ao Brasil."