Uma semana depois de ser denunciado por desvio de recursos para beneficiar entidades ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT), o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Alfredo Streit, e o diretor-executivo de Desenvolvimento Social, Éder Melo, entregaram os cargos. A decisão foi tomada depois de eles pedirem aposentadoria do banco, que vai lhes garantir um salário de R$ 25 mil, além de ingressar no programa de ajuda a ex-executivos, o que significa receber cerca de R$ 1 milhão cada.
Os dois estão sendo investigados pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) do Distrito Federal, que apreendeu documentos e computadores na sede da fundação, em Brasília. Dois DVDs e um CD foram retirados do gabinete de Streit, que foi candidato derrotado ao governo de Rondônia pelo PT, em 2010. Ele e Éder Melo são funcionários de carreira do Banco do Brasil. O susbstituto de Streit ainda não foi escolhido.
Antes de a servidora entregar os dirigentes, a polícia não descartava pedir o afastamento de Streit, se ele interferisse na investigação. A fundação já foi investigada pela CPI das ONGs, do Congresso, por repasses feitos a uma ONG de Jorge Lorenzetti, conhecido como churrasqueiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ONG tinha quatro contratos com a fundação até o ano passado, um deles ainda em vigor.
Relações Segundo as apuração, os recursos que alimentam a fundação são oriundos do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e deverian ser aplicados no apoio a projetos na área de desenvolvimento sustentável de comunidades pobres. Por meio de nota, a Fundação BB informou que a aplicação de seus recursos não é pautada por "relações político-partidárias ou pessoais". Ainda de acordo com a fundação, a prestação de contas da instituição referente ao exercício de 2012 foi aprovada. “Os convênios e contratos celebrados pela Fundação Banco do Brasil estão de acordo com os preceitos dos órgãos de controle os quais se submete”, diz o texto.
Mutirão
Depois da crise deflagrada com a Operação Esopo, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou ontem uma reunião de cúpula para definir "as principais estratégias da pasta". Em nota divulgada pela manhã, a pasta informou que o ministro Manoel Dias convocou reunião com todo o secretariado para comunicar as novas prioridades, que incluem, entre outras ações, um mutirão para fazer um amplo levantamento e análise dos convênio com o Instituto Mundial de Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), pivô da operação. Além da queda do secretário-executivo Paulo Roberto Pinto, perderam o cargo Anderson Brito Pereira, do cargo de assessor do ministro e Geraldo Riesenbeck, que era coordenador-geral de Contratos e Convênios.