A admissão dos embargos infringentes permite um novo julgamento para casos em que réus obtiveram quatro votos pela absolvição no tipo penal em que acabaram condenados. E é difícil fazer previsões sobre prazo para o fim do processo. Isso porque, caso sejam aceitos, há 60 dias para publicação de acórdão, 15 dias para apresentação de novos recursos e só então vão ao plenário.
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Marco Aurélio não acolhe embargos e empata decisão sobre novo julgamento do mensalãoAdvogado de José Dirceu diz que julgamento do mensalão 'está aberto'Prisão dos mensaleiros fica adiada até definição de novo julgamento“A lógica está na eternização (da ação), na demora, no prolongamento indevido”, criticou o ministro Gilmar Mendes. Para ele, os ex-ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, que se aposentaram no meio do processo, poderiam ter participado até o fim. A Corte ainda pode ver mais mudanças de ministros até o fim do julgamento. O próximo a se aposentar compulsoriamente ao completar 70 anos é Celso de Mello, em novembro de 2015, que já anunciou que deve antecipar a saída.
O ministro Marco Aurélio Mello também reclamou do alongamento da análise do mensalão. “Só eu tenho mais de 200 processos liberados para julgamento. Queremos ficar com o disco arranhado na mesma faixa?”, questionou, completando que “o STF se tornou nestes últimos meses tribunal de processo único”. Embora a favor da aceitação dos embargos infringentes, o ministro Luís Roberto Barroso disse que também está “exausto” do julgamento da Ação Penal 470.
Redes sociais O empate sobre os embargos infringentes acabou levando o ministro Celso de Mello, que será o fiel da balança, ao topo da lista de temas mais comentados nas redes sociais. O nome do decano surgiu em fotomontagens no Facebook e no Instagram e figurou na lista do Trending Topics (tópicos mais populares) do Twitter.
No Instagram, uma imagem em que Celso de Mello aparece com semblante sereno foi reproduzida com a frase “Ministro Celso de Mello: o Brasil conta com você”. No Facebook, perfis criados por movimentos sociais reproduziam o entendimento anterior do ministro sobre o tema e decretavam: “A pizza só foi adiada”. No Twitter, um usuário brincou com a expressão usada em junho durante as manifestações que tomaram as ruas: “O gigante poderia dar um grito na orelha do Celso de Mello, né?”.