Buenos Aires - O ministro brasileiro da Defesa, Celso Amorim, propôs nesta sexta-feira, a criação de uma Comissão de Assessoria Militar que funcione permanentemente junto à Secretaria Geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), com foro de análise de estratégias de defesa regional. O principal foco dos países é o desenvolvimento de projetos conjuntos para fortalecer o sistema de proteção de defesa cibernética.
"A América do Sul tem um papel que exerce na ordem mundial, contribuindo como uma força para a paz e a justiça, além do pleno cumprimento das normas internacionais", afirmou. Segundo ele, a visão estratégica brasileira é de que a Unasul deverá ser, progressivamente, um dos centros políticos do mundo e a defesa da região não é delegável. "Estamos diante de ameaças novas, impulsionadas por tremendo progresso tecnológico, direcionado a fins incompatíveis com um mundo mais pacífico e democrático", afirmou.
O ministro mencionou o episódio de espionagem por parte dos Estados Unidos no Brasil e nos demais países da região. "De acordo com recentes revelações, a América do Sul aparece como uma região sujeita a operações de espionagem em massa e temos que refletir sobre como cooperar para enfrentar estas novas formas de ataque e intrusão em nossa soberania", afirmou o ministro.
Ele recordou que os fatos de espionagem estão relacionados aos recursos naturais dos países e a região representa 12% da superfície terrestre, na qual tem 25% do total de terras cultiváveis, 25% da água doce do mundo, 40% da biodiversidade do planeta, reservas de mais de 120 bilhões de barris de petróleo e enormes reservas de recursos minerais. "O Conselho de Defesa Sul-americano tem a tarefa de avaliar as ameaças à soberania dos países da região à luz da valoração destes ativos em nível global", observou.