O ex-ministro Luiz Gushiken morreu na noite de ontem, 13, em São Paulo, aos 63 anos, em decorrência de um câncer contra o qual lutava há 12 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central. O velório está sendo realizado hoje, desde as 7 horas, no Cemitério do Redentor, na avenida Dr. Arnaldo, em São Paulo. O sepultamento está marcado para as 16h no mesmo local.
Trajetória e escândalo do mensalão
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Gushiken foi 'profundamente injustiçado', diz deputado do PTGushiken será homenageado em encontro do PTDilma lamenta morte de ex-ministro Luiz Gushiken; corpo é velado em São PauloEx-ministro e fundador do PT, Luiz Gushiken morre aos 63 anos em São PauloSuplicy pode ser candidato do PT ao senado em SPCorpo de Luiz Gushiken é enterrado em São Paulo"Gushiken contrariou interesses econômicos", diz Gilberto CarvalhoPara José Dirceu, Gushiken é o principal injustiçado no mensalãoLula discursa em sindicato e fala em "injustiça" da imprensa com GushikenAlém de participar da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gushiken foi um dos fundadores do PT em 1980. Deputado federal constituinte por São Paulo, presidiu o partido no final da década de 1980. Durante a Assembleia Nacional Constituinte, foi membro titular de uma subcomissão na Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças. Atuou como deputado durante três mandatos consecutivos até 1999.
Após participar das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e em 1998, Gushiken assumiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social do primeiro mandato do então presidente. Deixou o cargo e o status de ministro em 2005, em meio a denúncias de tráfico de influências de contratos que supostamente beneficiaram a Globalprev, de sua propriedade.
Gushiken permaneceu no governo como chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, até novembro de 2006, após a reeleição de Lula, quando pediu exoneração do cargo. Na época, vieram à tona as denúncias do mensalão.
Acusado pelo Ministério Público pelo crime de peculato no julgamento, Luiz Gushiken foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. A alegação, na época, era que o ex-ministro tinha conhecimento do repasse irregular de R$ 73,8 milhões pelo Banco do Brasil à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério. Em 2011, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a absolvição de Gushiken por falta de provas.
Durante o julgamento, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, disse que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que acusou Gushiken em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios em 2003, retirou a imputação quando ouvido em juízo durante o processo. Em maio deste ano, a absolvição de Gushiken foi oficializada pelo Supremo.
Luiz Gushiken é autor do livro Uma Nova Ordem Mundial, publicado em 1994.