O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o ex-ministro Luiz Gushiken representou um valor inestimável para o Partido dos Trabalhadores (PT). Ele acabou de chegar para participar do Grande Encontro da Região Metropolitana 2013, onde será feita uma homenagem ao ex-ministro, que morreu nessa sexta-feira, em São Paulo, após longo tratamento contra um câncer.
"Estou vindo do velório agora. O Gushiken foi um valor inestimável para todos do Partido doa Trabalhadores e para seus queridos familiares", afirmou ele. Suplicy, que esteve com Gushiken na semana passada, disse que ele estava feliz apesar de estar sofrendo e que estava regulando a quantidade de morfina que utilizava para reduzir as dores. "Ele era uma pessoa que estudou as diversas religiões e filosofias", destacou o senador ao afirmar que tinha muito afinidade com Gushiken.
O ex-ministro Luiz Gushiken morreu na noite de ontem, 13, em São Paulo, aos 63 anos, em decorrência de um câncer contra o qual lutava há 12 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central. O velório está sendo realizado hoje, desde as 7 horas, no Cemitério do Redentor, na avenida Dr. Arnaldo, em São Paulo. O sepultamento está marcado para as 16h no mesmo local.
Trajetória e escândalo do mensalão
Nascido na cidade de Osvaldo Cruz (SP) no dia 8 de maio de 1950, Luiz Gushiken cursou administração pela Fundação Getúlio Vargas entre 1973 e 1979. Escriturário do antigo Banco do Estado de São Paulo (Banespa), onde chegou a assumir o cargo de diretor, Gushiken presidiu o Sindicado dos Bancários do estado entre 1985 e 1987.
Além de participar da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gushiken foi um dos fundadores do PT em 1980. Deputado federal constituinte por São Paulo, presidiu o partido no final da década de 1980. Durante a Assembleia Nacional Constituinte, foi membro titular de uma subcomissão na Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças. Atuou como deputado durante três mandatos consecutivos até 1999.
Após participar das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e em 1998, Gushiken assumiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social do primeiro mandato do então presidente. Deixou o cargo e o status de ministro em 2005, em meio a denúncias de tráfico de influências de contratos que supostamente beneficiaram a Globalprev, de sua propriedade.
Gushiken permaneceu no governo como chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, até novembro de 2006, após a reeleição de Lula, quando pediu exoneração do cargo. Na época, vieram à tona as denúncias do mensalão.
Acusado pelo Ministério Público pelo crime de peculato no julgamento, Luiz Gushiken foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. A alegação, na época, era que o ex-ministro tinha conhecimento do repasse irregular de R$ 73,8 milhões pelo Banco do Brasil à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério. Em 2011, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a absolvição de Gushiken por falta de provas.
Durante o julgamento, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, disse que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que acusou Gushiken em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios em 2003, retirou a imputação quando ouvido em juízo durante o processo. Em maio deste ano, a absolvição de Gushiken foi oficializada pelo Supremo.
Luiz Gushiken é autor do livro Uma Nova Ordem Mundial, publicado em 1994.