Essa opinião é compartilhada não só por ministros contrários aos infringentes, como também por dois magistrados que votaram pela admissibilidade do recurso que permite novo julgamento. Um deles avalia que “ninguém quer ficar com esse processo nas mãos”, pois será cobrado pelos colegas e pela sociedade.
Sorteio Caso os embargos infringentes sejam acolhidos, o Supremo iniciará nova fase do julgamento depois da publicação do acórdão (documento que resume as decisões tomadas em plenário) desta primeira etapa de recursos. A expectativa é que isso leve pelo menos um mês. Depois de concluído o acórdão, os réus terão 15 dias para apresentar os infringentes — os ministros ainda apreciarão pedido para que o prazo seja dobrado. Após essa etapa, o processo voltará ao plenário, onde os ministros deverão acolher oficialmente os novos recursos. O passo seguinte é o sorteio de um novo relator, que não poderá ser o atual, Joaquim Barbosa, nem o revisor da Ação Penal 470, Ricardo Lewandowski. O sorteio é feito por um sistema eletrônico.
O ministro Marco Aurélio Mello ainda nutre esperança de que o colega Celso de Mello possa votar contra o cabimento dos infringentes, mas adianta que, caso ocorra o contrário e ele próprio seja sorteado relator do caso, o julgamento terá fim ainda este ano. “Entendo que este julgamento já está muito demorado. Se eu for sorteado, ouvirei o Ministério Público e darei sequência imediatamente fazendo o relatório e voto para, em uma semana, colocar o processo em pauta. As matérias já estão colocadas e temos conhecimento a respeito”, disse. O magistrado admite, porém, que a eventual distribuição dos recursos para outros colegas pode levar o julgamento a se estender para o ano que vem. “Dependendo do ministro sorteado, sem dúvida alguma (uma demora maior pode ocorrer). Isso depende de cada qual”, afirmou.