O embaixador Rubens Ricupero, diretor da faculdade de economia da Faap, avaliou que o cancelamento da visita oficial que a presidente Dilma Rousseff faria ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em outubro não deve trazer prejuízos econômicos ao Brasil. Para Ricupero, que chefiou a diplomacia brasileira em Washington nos anos 90, o objetivo dessa viagem era mais político e diplomático que econômico.
Ricupero avaliou que no atual momento das relações entre Brasil e Estados Unidos, se houvesse prejuízo comercial seria mais impactante aos norte-americanos que aos brasileiros. "Se tivesse impacto, seria ruim para eles, porque eles vendem muito para o Brasil e, atualmente, o Brasil vende pouco para eles. O superávit deles é muito grande", disse. "Com isso, quem correria o risco de perder alguma coisa seriam eles", disse.
Para o embaixador, dadas as circunstâncias atuais, marcadas por denúncias de espionagem ao Brasil pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês), "não havia outra saída" para Dilma que não o cancelamento. "Não havia clima", concluiu.