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Estado de Minas

CGU abre processo para declarar inidoneidade da Siemens

A Siemens delatou a existência de cartel no sistema metroferroviário paulista


postado em 18/09/2013 09:25

A Corregedoria-Geral da Administração do Estado de São Paulo vai abrir nesta quarta-feira um processo para declarar a inidoneidade da empresa alemã Siemens, que delatou a existência de cartel no sistema metroferroviário paulista.

O processo, que deve demorar de 15 a 20 dias, será iniciado a partir de um pedido feito pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia do Metropolitano (Metrô), que se dizem prejudicadas pela atuação da multinacional, ré confessa no caso.

O Palácio dos Bandeirantes espera, com a decisão da CGA, reforçar a estratégia de buscar ressarcimento judicial pelos prejuízos causados pelo cartel - segundo a denúncia da Siemens, os contratos oriundos das licitações fraudadas tiveram um sobrepreço da ordem de 30%. Por essa conta, o prejuízo ao Estado chegaria a mais de R$ 500 milhões.

Caso a inidoneidade seja declarada, a Siemens ficará impedida de fazer futuras contratações com o governo paulista.

A estratégia do órgão controlador do Estado é a mesma adotada pelo governo federal, por meio da Controladoria-Geral da União (CGU), que rotulou de inidônea a empreiteira Delta, protagonista do escândalo envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Uma ação com o mesmo objetivo foi aberta pelo Tribunal de Contas do Estado na metade de agosto, quando ele requereu ao Ministério Público de Contas que informasse se havia elementos para declarar inidôneas a Siemens e outras empresas por ela denunciadas.

A empresa alemã fez um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica do governo federal em maio - no qual revelou a formação de cartel em seis contratos feitos com os governos de São Paulo e do Distrito Federal. Ao todo, vinte empresas foram envolvidas pela Siemens na denúncia, incluindo a própria multinacional alemã.

No acordo de leniência, a Siemens sustenta que o cartel durou de 1998 a 2008, em um período que se estendeu por três gestões do PSDB, incluindo uma do governador Geraldo Alckmin. Investigações em curso pela Polícia Federal e Ministério Público Federal também apuram denúncias de que agentes do governo paulista teriam recebido propina dessas empresas.

A Siemens tem reiteradamente afirmado que colabora com as investigações e que não pode se manifestar sobre o caso porque ele tramita sob sigilo.


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