No dia seguinte à aceitação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dos embargos infringentes que deram a 12 réus do mensalão o direito a um novo julgamento, o clima nas ruas e nas redes sociais foi de impunidade e decepção. “Foi um dia mais importante para o Brasil que fim da Copa do Mundo”, comparou o médico Adriano Nunes da Silva, de 35 anos, que lamentou: “Infelizmente, o resultado foi a vitória da roubalheira”. Assim como ele, outros belo-horizontinos ouvidos pelo Estado de Minas estavam revoltados. No Facebook e no Twitter, houve, além de muitas críticas, alguns elogios à decisão do decano do STF, ministro Celso de Mello, que deu o voto decisivo acatando os recursos. Famosos também repercutiram o julgamento nas redes sociais.
Favorável a decisão, o ator José de Abreu comentou as manifestações na porta do Supremo: “Ainda bem que foram poucos os idiotinhas em frente ao STF. Os brasileiros mostraram que apoiam a Justiça”. No facebook do EM.com.br, Breno Gustavo também defendeu a decisão de Celso de Mello. “Orgulho do ministro que respeitou o ordenamento jurídico. Insatisfeitos? Vão para o Congresso, não para o Judiciário. Competências diferentes”, ironizou.
A jornalista Hildegard Angel – amiga do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e que participou da reunião no apartamento dele no primeiro dia do julgamento sobre os embargos – escreveu no microblog: “O ministro Celso de Mello deu o voto responsável de um jurista que tem uma biografia a zelar e não a velar, como alguns outros”.
De luto A atriz Bárbara Paz divulgou em seu instagram uma foto ao lado das colegas Carol Castro, Rosamaria Murtinho, Nathalia Timberg e Susana Vieira, vestidas de preto com a frase: “Atrizes em luto pelo Brasil!”. A atitude gerou críticas e elogios nas redes sociais. No Twitter, Susana Vieira escreveu que trabalharia de preto ontem como símbolo da revolta contra o resultado da sessão de quarta-feira.
Pizzas barradas
Dois manifestantes deixaram ontem 37 pizzas na portaria do Supremo Tribunal Federal (STF) endereçadas ao revisor do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski. Eles se identificaram apenas como Ana e Tarso e se declararam integrantes do Movimento Novo Brasil, e “decepcionados com o resultado do julgamento” do caso. Impedidos por seguranças de entrar no prédio com as pizzas, eles identificaram as 37 caixas com os nomes dos réus na ação penal e as colocaram no chão. Os ministros não viram o protesto, pois estavam em sessão de julgamento.