São Paulo - O PT reagiu de forma diferente nos Estados governados pelo PSB após a decisão do partido de Eduardo Campos de entregar os cargos que ocupam no governo federal. Enquanto no Amapá e no Ceará a ruptura no plano nacional não terá a princípio influência na composição estadual, em Pernambuco e no Piauí os petistas já preparam o desembarque das administrações locais.
Em Pernambuco, Estado comandado por Campos, presidente nacional do PSB e provável presidenciável do partido em 2014, o desembarque de petistas do primeiro escalão da administração estadual é aguardado para os próximos dias. O presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio, reconheceu a necessidade de “uma reunião urgente” da direção da sigla, que pode acontecer ainda neste fim de semana. No Executivo estadual, o PT tem o comando das secretarias de Transporte e Cultura.
Até domingo o diretório regional do PT do Piauí se reúne para decidir sobre a entrega de cargos no governo Wilson Martins (PSB). O presidente do PT piauiense, deputado estadual Fábio Novo, manteve conversas com o senador Welllington Dias, provável candidato petista ao governo estadual no ano que vem. Segundo Novo, o PT vai “tomar uma posição política”. “Ainda vamos conversar com o governador”, observou.
O líder do PT na Câmara, deputado federal José Nobre Guimarães (CE), disse que o partido só deixa a administração Cid Gomes (PSB) no Ceará se o governador quiser. No entanto, a presidente estadual do PT. Luizianne Lins, foi convidada ontem para se filiar ao PSB. Ela não deu resposta.
No Amapá o divórcio entre PSB e PT em nível nacional não entrou em pauta, disse a presidente regional petista, Nilza Amaral. “Vamos aguardar uma comunicação oficial do diretório nacional e orientações. Só depois disso poderemos nos posicionar.” Ela disse também que antes do partido tomar qualquer decisão no Amapá vai conversar com o governador Camilo Capiberibe (PSB). “Não sabemos o que ele pensa sobre isso.”
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), já enfrenta a oposição do PT no Estado, mas disse que não acredita que haverá retaliação do governo Dilma com as gestões estaduais do PSB. “A sociedade brasileira jamais permitiria esse tipo de postura. Não estamos no tempo da República Velha.” (Colaboraram Alcinéa Cavalcanti, Monica Bernardes e Janaína Araújo, especiais para O Estado). As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.