Jornal Estado de Minas

Com permanência de ministro, Dilma ganha tempo na reforma ministerial

Ninguém sabe dizer se Dilma manterá Bezerra no cargo

Correio Braziliense
Após uma reunião de 30 minutos com Dilma Rousseff, na qual entregou sua carta de demissão do comando do Ministério da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho ouviu da presidente o pedido para uma nova conversa no fim da semana que vem, após o retorno da viagem que fará a Nova York para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Com isso, Dilma ganha tempo na reforma ministerial que seria obrigada a fazer após o desembarque do PSB do governo e ainda provoca o presidente nacional do partido, Eduardo Campos, que sabe que Bezerra, afilhado do governador de Pernambuco, defende a reeleição da presidente. Mais ainda: mostra que, como mandatária do Planalto, é ela quem dita o ritmo político, não os aliados ou postulantes ao cargo de presidente em 2014. Também segura o ímpeto do PMDB que, antes mesmo de ser chamado por Dilma, já se movimenta para indicar o senador Vital do Rêgo (PB) ao lugar de Bezerra.

Ninguém sabe dizer se Dilma manterá Bezerra no cargo. O PT defende que os socialistas devem deixar o governo, já que Eduardo Campos não esconde mais de ninguém o desejo de se candidatar ao Planalto no ano que vem, inclusive, acertou ontem aliança com o Partido Liberal Cristão (PLC). Mas o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, durante reunião na semana passada, pediu a ela que não se precipitasse, pois ainda pretende ter uma derradeira conversa com Eduardo para que as pontes não sejam rompidas.