Dois dias depois do segundo turno das eleições municipais, 15 deputados se reuniram em Brasília no apartamento de Augusto Coutinho (DEM-PE) para discutir a criação de um partido. O principal articulador da ideia, o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), alertou todos a atuarem “na clandestinidade”. Em seguida, o advogado trabalhista Marcílio Duarte assumiu a face pública e a gestão do Solidariedade, sétimo partido que ajuda a fundar. Com esse histórico, o “fabricador” de siglas faz um diagnóstico sobre outra legenda: a ex-senadora Marina Silva “demorou demais” para criar a Rede Sustentabilidade.
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Marina Silva faz esforço final para criar partidoPartido de Marina Silva agora depende de cartada jurídica Marina Silva começa a focar na vaibilização da candidatura em 2014Marina Silva espera conseguir registro do Rede Sustentabilidade até 1º de outubroRede elimina 'filtro ético' para engrossar adesõesTSE determina recontagem de assinaturas de apoiadores do Rede SustentabilidadeDeputados que pretendem ir para a Rede estudam opções caso projeto fracasseCom menos holofotes, Marcílio Duarte atuou na criação de Prona, PGT, PTN, PTR, PSL e PST - o primeiro da lista surgiu em 1989. “Ele é o recordista mundial em criação de partidos”, brinca Paulinho. O advogado é o presidente do Solidariedade, mas entregará o cargo ao deputado na quarta-feira e assumirá a secretaria-geral do partido.
Na reunião de 2012, Paulinho pediu “clandestinidade” para evitar ataques do governo federal e dos caciques partidários sobre os “desertores”, futuros integrantes da nova bancada. Um deles, o tucano João Caldas (PE), levou Marcílio ao grupo.
A tática pode ter dado resultado: o Solidariedade espera filiar “pelo menos” 30 deputados, parte deles vindos do recém-criado PSD. “A expectativa é tenebrosa para o PSD, que não terá como recuperar na Justiça os mandatos perdidos”, avalia o advogado.
Marcílio diz que não é fácil fundar uma sigla. “Só no 1.° de maio coletamos 120 mil assinaturas com o pessoal da Força Sindical”, afirma. Por isso o advogado avalia que Marina demorou a criar a sigla - a ex-senadora divulgou a iniciativa em fevereiro, oito meses antes do prazo legal para a Rede poder participar das eleições de 2014.
“Ela demorou demais. Eu falei isso para o Waltinho (Feldman, deputado do PSDB paulista e operador político da Rede). O PRB demorou dois anos e meio, mesmo com o apoio da (Igreja) Universal”, diz Marcílio.
Mas o advogado concorda com as críticas de Marina sobre a burocracia dos cartórios eleitorais. “Quem confere as assinaturas não tem a formação adequada. A comparação visual é precária”, diz. “Não conheço o processo dela, e nem ela pessoalmente, mas, se for chamado para ajudar, estou à disposição.”