Com a presidente Dilma Rousseff em Nova York, onde fará a abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas amanhã, o Congresso deve ter uma pauta de votações morna nesta semana. Na Câmara, as discussões no plenário devem ser em torno da minirreforma eleitoral aprovada na semana passada pelo Senado e sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia de 70 para 75 anos a idade limite para aposentadoria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dos demais Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU).
A proposta ainda divide líderes do PT e PMDB, as duas maiores bancadas da Casa. De um lado, o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), classifica a matéria como "perfumaria" e diz que ainda precisa discutir com a bancada. De outro, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), considera que a matéria pode reduzir os gastos das campanhas. "Sou favorável a qualquer economia que se faça", afirmou Cunha.
Para que as mudanças tenham validade nas eleições de 2014, o projeto tem de ser aprovado pela Câmara e sancionado pela presidente da República até 5 de outubro deste ano.
Em relação à PEC da Bengala, o presidente da Câmara admitiu que a inserção do tema neste momento na pauta se deve à pressão de parte de representantes do Judiciário. "Toda hora é pressão a favor e contra. É desconfortável ficar nesse vai e vem há anos e o voto poderá resolver essa questão", disse Alves. Segundo Eduardo Cunha, o PMDB vai se posicionar contra a PEC. Guimarães disse que a bancada ainda não tem uma posição.
No Senado, segundo o líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), os debates devem ser em torno de outras duas PECs. A primeira trata do fim do voto secreto para todas a votações no Legislativo. Na última quinta-feira, os senadores começaram a discuti-la, mas ainda não há consenso. Parte da Casa defende que as votações sejam fechadas em casos como vetos presidenciais e de indicação de autoridades.
A segunda PEC que deve ter sua discussão iniciada, segundo Braga, é a que estabelece o orçamento impositivo das emendas parlamentares. O tema do orçamento impositivo tem resistência por parte do Executivo, que defende que ao menos 50% das emendas impositivas sejam aplicadas na área da Saúde. Com a presidente Dilma no exterior, dificilmente a discussão sobre essa matéria avançará.