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O desembargador chegou a ajuizar ação que proibia a publicação de denúncias contra ele pelo jornal Gazeta do Povo. O pedido de liminar foi aceito pelo TJ, que proibiu que o jornal publicasse notícias que ofendam “a honra, a boa fama e a respeitabilidade” de Camargo. Após a repercussão negativa, a censura prévia sobre o jornal foi suspensa a pedido do próprio desembargador, mas os processos contra os três jornalistas que apuraram a matéria, assim como um dos diretores do jornal, continua na Justiça. O desembargador pede indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
Em junho passado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Polícia Federal investigava o envolvimento de desembargadores do TJ-PR com um esquema de manipulação da administração de processos de falências em todo o Estado. Camargo era um dos nomes constantes do inquérito da PF.
Tráfico de influência
Segundo a Corregedoria do CNJ, o processo envolvendo Camargo deve ser debatido na pauta do dia 8 de outubro. Além da suposta venda de sentenças, o desembargador também é investigado pelo CNJ por tráfico de influência - ele teria feito campanha para que seu filho Fábio Camargo assumisse uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o que ocorreu em julho passado. O Ministério Público do Estado abriu inquérito, mas o procedimento foi arquivado.
Camargo renunciou logo após retornar de uma licença médica de 12 dias. No período em que presidiu interinamente o tribunal, o desembargador Paulo Vasconcelos revogou um edital de licitação de R$ 80 milhões para reforma do prédio do TJ-PR. O motivo alegado seria a análise de “possíveis falhas no processo”.
Até o início da noite desta segunda-feira, a assessoria do TJ não havia se manifestado. Segundo fontes no tribunal, a eleição do novo presidente deve ocorrer no dia 3 de outubro.