Nova York - A presidente Dilma Rousseff começou seu discurso de abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, em Nova York, falando do "repúdio e indignação" que as recentes revelações sobre espionagem eletrônica dos Estados Unidos provocaram na comunidade mundial e cobrando ações da comunidade internacional para coibir essas práticas. "Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações", afirmou.
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Em discurso na ONU, Dilma pede marco civil mundial da internetDilma discursa na ONU e espionagem será o tema da presidenteEncontro com Dilma foi fantástico, diz Bill ClintonRede lança campanha online para pressionar TSEObama reconhece preocupação com espionagemCPI pede ajuda da Europa para investigar espionagemDilma cobra reforma do Conselho de Segurança da ONUDilma pede ação coordenada global contra desempregoDilma afirma na ONU que seu governo ouviu a voz das ruasBrasil redobrará vigilância de dados na web, diz DilmaA presidente ressaltou que essas práticas ferem o direito internacional e "afronta os princípios" que devem reger as relações, principalmente entre nações amigas. "Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania", disse ela.
"Não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo", disse Dilma em seu discurso, destacando que o Brasil repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas.
Dilma repudiou, logo no início de seu discurso, o atentado no final de semana em Nairóbi. "O terrorismo, onde quer que venha ocorrer, receberá sempre nossa condenação inequívoca e nossa firme determinação em combatê-lo".
A presidente ressaltou que, como tantos outros latino-americanos, ela lutou "contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade de nossos indivíduos e a soberania" do Brasil. Sem esse direito, Dilma ressaltou que não há efetiva democracia.
As práticas de espionagem, ressaltou Dilma, são um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis. Em sua fala, a presidente disse que o governo brasileiro exigiu explicações dos Estados Unidos, além de desculpas e garantias de que essas práticas não irão mais ocorrer. Essas ações, disse ela, são inadmissíveis.
Dilma frisou que o Brasil vai redobrar os esforços para dotar-se de legislação, tecnologia e outros mecanismos que protejam o País da interceptação ilegal da comunicação de dados.
O discurso de Dilma será seguido pela fala do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A sede da ONU em Nova York está sob forte esquema de segurança, com as ruas e calçadas próximas fechadas e um grande número de policiais e seguranças.
Ao todo, 84 chefes de estado, 41 chefes de governo e 11 primeiro ministros participarão da Assembleia Geral, de acordo com números divulgados pela ONU.
Assista ao discriso da presidente Dilma: