A presidente Dilma Rousseff fez um discurso bastante duro na abertura da 68° Assembleia-Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, em Nova York. Dilma afirmou que a recente descoberta dos episódios de espionagem dos Estados Unidos provocaram indignação e repúdio na opinião pública mundial. Ainda segundo ela, as prática da espionagem “afrontam” democracia e relação entre os países. Dilma também destacou a necessidade de se criar um marco regulatório para a internet mundial. Confira abaixo trechos do discurso de Dilma e o vídeo com o pronunciamento.
"Imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o Direito
Internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles,
sobretudo, entre nações amigas. Jamais pode uma soberania firmar-se em
detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos
de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e civis
fundamentais dos cidadãos de outro país".
"Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de
informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo".
"Como tantos outros latino-americanos, lutei contra o arbítrio e a censura
e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade
dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele – direito à privacidade - não
há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva
democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento
entre as nações".
"O Brasil apresentará propostas para o estabelecimento
de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de
medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados que por ela trafegam".
Assista ao vídeo do discurso da presidente Dilma na ONU: