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Estado de Minas

Insatisfeitos com rumos do PSB, políticos do CE, RJ e MG devem deixar sigla

Socialistas ficaram contrariados com a decisão de entregar os cargos no governo federal para abrir caminho para a candidatura de Eduardo Campos


postado em 25/09/2013 08:33 / atualizado em 25/09/2013 08:46

A Executiva Nacional do PSB dá nesta quarta-feira mais um passo para o expurgo das vozes dissonantes à candidatura do presidente da sigla e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República em 2014. A cúpula partidária vai pedir a abertura de um processo no Conselho de Ética contra o presidente estadual do PSB no Rio de Janeiro, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso. Além disso, os dirigentes devem pedir a intervenção do diretório fluminense. Eles acusam Cardoso de desrespeitar uma orientação nacional de independência e trabalhar pela candidatura do vice-governador fluminense, Luiz Fernando de Souaza, o Pezão (PMDB).

O movimento de hoje do PSB é o mesmo que emparedou, na semana passada, o governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão e secretário de Saúde, Ciro Gomes. Ao acenar que o partido terá candidatura própria ao Planalto e deveria entregar os cargos no Executivo federal, Eduardo Campos avisou que “tomava a decisão para que os descontentes tivessem tempo para procurar novos caminhos”.

Cid e Ciro convocaram, para a noite dessa terça-feira, uma reunião do grupo político que comandam. Participaram do encontro o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Todos devem deixar o PSB, mas ainda têm dúvidas sobre qual será o novo destino. “A cisão ficou muito profunda. É a segunda vez que nós estamos em lados opostos à direção do partido. Em 2010, queríamos candidatura própria e acabamos apoiando Dilma Rousseff. Hoje, queremos apoiar Dilma, e Eduardo quer ser candidato”, lembra o deputado federal Antonio Balhmann (PSB-CE).

Alexandre Cardoso também reclamou da falta de debate interno no partido. “Não podemos, simplesmente, a 10 dias do término do prazo de filiações, decidir que somos oposição a Dilma e ao PT no plano federal e ao governador Sérgio Cabral (PMDB) no Rio”, protestou. Cardoso disse que encaminhará uma carta manifestando a posição do partido no estado fluminense, que teria, segundo ele, o apoio da bancada de vereadores e de deputados estaduais. “Não é uma decisão do Alexandre, é do partido. E um partido precisa ser democrático”, afirmou, temendo que, “com essa bagunça, ninguém queira se filiar ao PSB para as eleições de 2014”. Além disso, Cardoso disse esperar, ao menos, que a Executiva convoque o diretório nacional, a única instância, segundo ele, que pode definir a intervenção em um diretório estadual.

Em Minas Gerais, outro estado em que o PSB tem o futuro incerto, a direção nacional trabalhou pela eleição do deputado Júlio Delgado para presidir o diretório estadual no lugar de Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro do Turismo. A exemplo de Cid Gomes, Walfrido também defendia que a legenda continuasse apoiando o PT em vez de enveredar, neste momento, para a candidatura própria.

Assédio

No Ceará, além de enquadrar os irmãos Gomes, Eduardo trabalha pela filiação da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT). Ela quer ser candidata ao Senado ou ao governo estadual, mas não tem espaço no PT cearense, comandado pelo líder do partido na Câmara, José Guimarães. O PSB também quer filiar o deputado estadual Heitor Férrer, que, nos últimos meses, denunciou supostas irregularidades cometidas por Cid, como passeios de avião com a família pagos com dinheiro público e a contratação de um serviço de bufê, ao custo de R$ 3,4 milhões, para servir, no gabinete do governador, comidas finas, como caviar, escargot, bacalhau, salmão, presunto de parma, trufas e pães exóticos.

Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral defendeu as recentes ações do partido: “O Cardoso quer desrespeitar uma decisão partidária de candidatura própria. Isso não é correto”. Líder do partido no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF) reforçou o discurso de Eduardo Campos na semana passada, quando decidiu que o partido deveria deixar o governo federal. “Discutimos esse assunto na Executiva Nacional na semana passada (candidatuta própria) e convocamos uma nova reunião para hoje. Isso é debate democrático”, disse Rollemberg.


Dissidências


Confira os estados em que o PSB enfrenta os maiores problemas

Ceará

Depois do anúncio de que a legenda vai desembarcar do governo federal, o ar para o governador do estado, Cid Gomes, e o secretário de Saúde, Ciro Gomes, ficou irrespirável. Eles devem deixar o partido, mas ainda não se sabe para onde.

Rio de Janeiro

A Executiva Nacional do PSB se reúne hoje à tarde para discutir a intervenção no diretório do Rio de Janeiro. Eles reclamam de que o presidente estadual e prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, tem orientado filiado ao PSB a migrar para o PMDB. Outro problema é que Cardoso manifestou apoio à candidatura do atual vice-governador, Luiz Fernando de Souza, o Pezão (PMDB), ao Executivo fluminense.

Minas Gerais

O partido operou para trocar o ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia da presidência estadual para colocar o deputado federal Júlio Delgado no posto. Walfrido defendia o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Todos querem Romário no time

O deputado federal Romário (sem partido-RJ), que deixou o PSB em 9 de agosto, decidiu adiar para a próxima semana o anúncio da filiação a um novo partido. O líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), se reuniu com o ex-craque ontem e considera quase certa a chegada do colega. Mas, oficialmente, Romário diz estar indeciso — além do PR, ele foi sondado por PT, PP, PDT, PMDB e PSol. Um dos motivos da indefinição é que ele quer ter a garantia de que poderá concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Por enquanto, ele é cortejado para disputar, no próximo ano, um cargo majoritário: o Senado ou até mesmo o governo fluminense.


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