Patriota explicou que a ideia é definir mecanismos multilaterais para lidar com essas situações, garantindo conquistas já implementadas pelos diversos órgãos das Nações Unidas (ONU) como a soberania e privacidade dos países. O diplomata acredita que a resistência de alguns países, como os Estados Unidos, perdeu força com as denúncias recentes de que o governo norte-americano também espionou as atividades da Petrobras. “A cortina caiu. Toda espionagem e interferências eram justificadas pelo suposto combate ao terrorismo e proteção de vida. Isso caiu por terra porque você não espiona a Petrobras para proteger contra o terrorismo”, disse.
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Senador boliviano comemora demissão de PatriotaDeputados lamentam saída de Patriota do ItamaratyPatriota deixa governo, após caso do senador bolivianoSenado imprimiu 4,6 milhões de peças gráficas entre janeiro e agosto de 2013“Alguns países acham que tem carta branca para fazer o que entende como moralmente correto. O debate foi lançado”, disse, afirmando que o novo conceito não vai substituir o conceito da responsabilidade de proteger. “É uma semente que está germinando que vou acompanhar na ONU”.
Patriota disse que outra tarefa que vai levar entre as prioridades na representação na ONU será a defesa pela reforma do Conselho de Segurança do organismo. “Espero que a reforma se concretize num futuro relativamente próximo. O debate está colocado na pauta há 20 anos”, disse. O diplomata destacou que o Brasil, ainda que não tenha assegurado um assento permanente no conselho, foi responsável por conquistas significativas sobre decisões do grupo. Patriota citou, por exemplo, o esforço feito, ao lado de países africanos e a Índia, para evitar que o colegiado internacional fechasse definitivamente as portas para uma participação permanente de países em desenvolvimento.
“A primeira vitória foi evitar déficit de representatividade que está na ausência de um membro da América Latina e África”, disse. Antonio Patriota ainda explicou que o Brasil “não está fazendo barganha, em termos de perdoar dívidas de países africanos, para obter apoio para ocupar a cadeira”, afirmando que o Brasil é o candidato natural da região para o Conselho pela liderança que vem destacando em diversos debates internacionais.
Antonio Patriota, 59 anos, foi ministro das Relações Exteriores por dois anos e oito meses, e foi indicado pela presidenta Dilma Rousseff para o ocupar o cargo em Nova York, logo que deixou a pasta, em agosto desse ano. Com 34 anos de carreira diplomática, Patriota serviu na missão permanente do Brasil em organismos internacionais em Genebra, na Suíça (1999-2003) e integrou a delegação brasileira no Conselho de Segurança da ONU (1994-1999).