Sobre a avaliação de que há um conservadorismo nos marqueteiros de campanha, o estrategista explica que geralmente este profissional não é um entusiasta da internet. "Os grandes marqueteiros ainda têm dificuldade com os canais digitais", reitera. Por conta da descrença e do temor dos marqueteiros, cada vez mais poderosos nas grandes campanhas, Vitorino aposta que as maiores inovações devem acontecer em eleições minoritárias.
Para o próximo ano, a grande aposta será o trabalho com aplicativos vinculados às redes sociais, o primeiro passo para a criação de discursos segmentados de acordo com cada fatia do eleitorado. "Quando você cria uma página no Facebook e ganha um 'like' (gostei), você não tem acesso aos dados de quem curte. Com essas ferramentas, as campanhas podem captar os dados e o trabalho de inteligência fica muito maior", conta Vitorino, que já atuou também na área digital nas campanhas de Orestes Quércia, José Serra (2010) e Netinho de Paula (2012).
Segundo o estrategista, com os dados em mãos, abre-se um novo mundo para que os partidos explorem seu eleitorado, conheça o perfil e o que interessa ou incomoda o usuário. "É possível saber a tendência de consumo de informação do público, idade, região que mora, do que gosta. É o caminho para a segmentação de conteúdo, que é uma tendência para essa campanha eleitoral".
A internet é também um território de ataques, muitas vezes anônimos, mas capaz de causar estragos aos candidatos. Vitorino diz que pretende apostar nas chamadas "vacinas" e em treinamento de militantes. As vacinas são vídeos ou textos abordando pontos polêmicos da trajetória do candidato, seja na vida pessoal ou sobre sua posição sobre algum assunto polêmico. Antes que o ataque tome grandes proporções, a campanha está preparada para respondê-lo.