Prefeitos, deputados federais e estaduais de Minas já começaram a preparar os filhos para disputar as eleições do ano que vem. Tarefa que pode ser fácil para uma geração que cresceu vendo os pais em palanques, carreatas e viajando pelo estado atrás de votos. Sobrenome conhecido eles já têm. O desafio é extrapolar o possível quadro de eleitores herdados e manter a família no poder. A legenda que mais está investindo na renovação por meio de filhos de lideranças partidárias é o PSDB.
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Custo das campanhas diminui interesse por disputa de vaga na Câmara dos DeputadosPSDB mineiro admite abrir mão da cabeça de chapa na disputa ao governo em 2014Marcio Lacerda prorroga mistério sobre possível disputa eleitoral no pleito de 2014Dois ex-prefeitos de BH articulam para disputar o governo de Minas em 2014Presidente do Cruzeiro cogita ser candidato em 2014 ao se filiar ao PV“Meu pai ficava ausente por causa da política. Então, sempre que dava, eu o acompanhava”, contou Caio. Suas investidas na carreira começaram na faculdade, como militante do movimento estudantil. Ele integrou o Diretório Acadêmico do curso de ciências sociais, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Coração Eucarístico e chegou a ser presidente do Diretório Central dos Estudantes da universidade. Desde 2011, Caio preside o PSDB Jovem de Minas Gerais.
Diretor técnico da Fundação Rural Mineira (Ruralminas), Thiago Cota (PSDB), de 28 anos, filho do prefeito de Mariana, Celso Cota (PSDB), vai disputar a primeira eleição. Ele almeja uma cadeira na Assembleia de Minas. “Nosso grupo da Região dos Inconfidentes está sem representante na Assembleia”, justificou. Segundo o advogado, seu primeiro voto foi dado em 2002, quando tinha 16 anos, ao próprio pai, que, na época, venceu a eleição para prefeito de Mariana.
Ainda no ninho tucano, deve disputar as eleições o vice-prefeito de São Sebastião do Paraíso – Região Sul –, Daniel Aloise (PSDB), filho do prefeito Remolo Aloise (PSDB). “Eu tinha 10 anos quando meu pai entrou para a política, em 1988. Sempre o acompanhei, estava com ele nos palanques. Na época tinha showmício, ele trazia artistas. Ele ficou 20 anos na Assembleia”, lembra. Além de Daniel, de Thiago e de Nárcio, devem disputar o pleito do ano que vem pelo partido Tito Torres, filho do conselheiro do Tribunal de Contas e ex-deputado estadual, Mauri Torres, e Daniel Barbosa, cujo pai é o deputado federal Eduardo Barbosa.
Renovar os quadros do partido com filhos de lideranças partidárias é um movimento estratégico do PSDB, uma vez que, segundo o presidente da legenda em Minas, Marcus Pestana, está difícil atrair jovens que não têm relação direta com a política para disputar as eleições. Pestana afirmou que a legenda também está em busca de famosos.
Mas não é só no PSDB que herança política passa de pai para filho. Filho de pai e mãe com carreira na política, Frederico Ferramenta (PT) vai disputar a eleição para deputado estadual. Sua mãe, Cecília Ferramenta (PT), é prefeita de Ipatinga, no Vale do Aço, e já esteve por dois mandatos na Assembleia de Minas. Seu pai, Chico Ferramenta, também foi prefeito de Ipatinga, por três mandatos, e já passou pela Assembleia e Câmara dos Deputados.
No sétimo mandato na Assembleia, Antônio Genaro (PSC) disputou as últimas eleições junto com o filho Leandro Genaro, que como ele é pastor evangélico. O deputado conseguiu se reeleger, mas o filho ficou como segundo suplente do partido. No ano que vem, a dobradinha deve se repetir.