O governador de Minas, Antônio Anastasia (PSDB), criticou nesta segunda-feira a forma como o governo federal conduz a gestão da infraestrutura do país. Segundo o tucano, a estrutura atual distorce a federação e enfraquece os estados. Ao defender a descentralização, Anastasia afirmou que “nem um exército de titãs” seria capaz de acompanhar todos os problemas do país, da forma como a esfera federal pretende reger a política. As críticas ao governo Dilma foram feitas durante palestra do governador sobre desafios e oportunidades do Brasil no setor de infraestrutura. O público era formado por autoridades, executivos e acadêmicos de 23 países, na Fundação Dom Cabral, no Rio de Janeiro.
Anastasia ressaltou que a infraestrutura é uma questão urgente para alavancar o crescimento do país. “Temos que iniciar um processo de descentralização, de confiança nas esferas regionais e locais de governo para permitir, inclusive na infraestrutura, que as alocações sejam feitas localmente. A experiência mostra – e falo isso com muita tranquilidade – que quanto mais descentralizado é o recurso, mais rápido, menos oneroso e com mais eficiência ele é despendido”, disse.
Em sua fala, o governador afirmou que o estado de Minas só não possui 100% das rodovias que dão acesso aos municípios asfaltadas porque 2% delas é de responsabilidade do governo federal. Ele citou que uma ponte na BR-381 levou oito meses para ser reconstruída, afetando a ligação entre as regiões Central e Leste. “Temos um desafio que não é de engenharia. É um desafio de burocracia e de procedimentos. Esse dado lamentavelmente existe. As rodovias federais, nós não cansamos de reiterar, devem ser descentralizadas para os Estados”, afirmou.
Para Anastasia, o problema atual não é de recursos, mas de gestão. “Nós temos uma questão gravíssima de gestão, temos um problema de bom governo. Os governos brasileiros não tiveram, ao longo das últimas décadas, uma prioridade, um foco com mais robustez na questão do preparo da estrutura administrativa, um serviço público adequado, baseado no mérito e, mais do que isso, em resultados para nós conseguirmos alcançar metas que fossem desejadas para a questão da infraestrutura” destacou. Por fim, o tucano defendeu as Parcerias Público Privadas (PPP), como um possível caminho para resolver os problemas.