Os cartolas de Minas entraram de sola no gramado das eleições de 2014. Antes mesmo que o presidente do Clube Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, formalize o seu ingresso ao PSB, o que deve ocorrer nesta quinta-feira (3), o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, filiou-se nessa segunda-feira ao PV. A ficha foi levada à sede administrativa do clube pelo deputado estadual Tiago Ulisses, líder da bancada do PV na Assembleia, e pelo vice-prefeito Délio Malheiros (PV). Ambos abriram a legenda para que Gilvan escolha o cargo de sua preferência, mas ele deve ser mesmo candidato a deputado estadual para não trombar e dividir votos com a candidatura de Gustavo Perrella, que é filho do senador Zezé Perrella (PDT), ex-presidente do Cruzeiro. Gustavo (PDT), que hoje é deputado estadual, vai tentar uma cadeira na Câmara. Em 2014, o PV não vai participar de chapão nas eleições proporcionais. Disputará sozinho ou se coligará com partidos menores.
Assim como a vitória do Atlético na Libertadores pode ajudar uma eventual candidatura de Alexandre Kalil, a boa performance do Cruzeiro – que é líder do Campeonato Brasileiro e tem boas chances de conquistar o título – é vista como um fator que pode impulsionar o desempenho eleitoral de Gilvan. “Os clubes mineiros de futebol precisam de pessoas que estejam fazendo parte da política nacional”, afirmou o cartola. “Lutamos em desigualdade de condições com os clubes do eixo Rio-São Paulo. Se não nos fizermos representar, os clubes de Minas vão continuar sempre em situação de desigualdade”, afirmou Gilvan, já sinalizando a sua plataforma de campanha para uma eventual representação na Câmara dos Deputados. Segundo ele, os clubes do interior estão fadados a fechar as portas, como ocorreu com a Caldense, porque não têm condições de sobreviver com o que lhes cabe em patrocínio.
Há um ano e nove meses na direção do Cruzeiro, Gilvan, de 73 anos, advogado e procurador aposentado do estado, ainda tem pela frente um mandato de um ano e três meses no clube, com a possibilidade de reeleição, o que poderá ocorrer inclusive se estiver na representação de mandato popular. “Para o PV, trata-se de um grande nome”, afirmou ontem Agostinho Patrus, presidente estadual da legenda.
Délio Malheiros e Tadeu Ulisses consideraram que a filiação de Gilvan possibilitará ao partido uma grande bancada federal e estadual. Hoje, o PV tem dois deputados federais e seis estaduais. “Haverá a bancada do Gilvan e a bancada do partido”, afirmou o deputado estadual, acrescentando que se o cartola for candidato à Câmara dos Deputados serão eleitos pelo menos cinco parlamentares. “A presença dele também vai atrair outros nomes potenciais para as chapas”, disse Délio Malheiros.
Encontro
Na noite de domingo, a filiação de Alexandre Kalil ao PSB foi acertada em jantar que ele teve, em São Paulo, com o governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos. É possível que Kalil saia candidato ao Senado, mas ainda não há uma definição. A ficha, que será assinada na quinta-feira, deve contar com a presença de Campos.