Brasília, 01 - Em um ato com cerca de 40 militantes da Rede Sustentabilidade na Praça dos Três Poderes, a ex-ministra Marina Silva afirmou que apesar do parecer contrário do Ministério Público Eleitoral (MPE), os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concederão o registro ao partido, se levarem em conta os autos do processo. Sem conseguir atingir a exigência de 492 mil assinaturas certificadas por cartórios, a Rede pede a validação de 95 mil assinaturas rejeitadas sem justificativa para atender o critério estabelecido em lei.
Respondendo a avaliação do procurador-geral Eugênio Aragão de que a construção de um partido apenas para disputar eleição "amesquinha" a política, Marina rebateu dizendo que a democracia não pode ter "dois pesos e duas medidas".
"Estou mais preocupada em não amesquinharmos a democracia, porque a democracia plena é a que assegura o pluralismo político e é isso que nós estamos buscando para que aconteça em relação ao pensamento político que sustentamos. A preocupação da Rede Sustentabilidade não é com a eleição, é com a democracia, que não pode ter dois pesos e duas medidas", disse a ex-ministra. Questionada se estava se referindo à criação do PROS e do Solidariedade na semana passada, disse que não estava falando do TSE, mas do conceito de democracia.
Marina defendeu a pluralidade de candidaturas no primeiro turno da eleição presidencial, ainda que não assuma diretamente a intenção de concorrer. Recusou-se a falar da possibilidade de concorrer por outro partido. "Estamos focados no plano A", afirmou. "A Justiça eleitoral vai nos fazer justiça", concluiu.
No ato, militantes da Rede empilharam em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) caixas simbolizando as 95 mil assinaturas que desejam validar e exibiram um vídeo com relatos de pessoas que dizem ter apoiado a criação da legenda.