José Serra resistiu o que pôde para tentar impedir a consolidação da candidatura de Aécio dentro do PSDB, mas seu isolamento ficou cada vez maior nos últimos meses. Nem mesmo serristas históricos estavam mais fechados com ele, como o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira, o ex-deputado e ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Velloso Lucas, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA) e o prefeito de Botucatu (SP), João Cury. Eles abraçaram a candidatura de Aécio, que já está percorrendo o país. Entre os tucanos de maior plumagem, permanecem ao lado de Serra os amigos Andrea Matarazzo, vereador de São Paulo, e o ex-deputado Alberto Goldman.
Selada a paz no PSDB, resta ao ex-presidenciável dois caminhos no partido: candidatar-se a deputado federal ou a senador. Pelos tucanos, Serra disputa uma vaga na Câmara, pois tem chances de ser o deputado mais votado da história do país e ainda carregar vários outros candidatos pela quantidade de votos na legenda, em decorrência do sistema de quociente eleitoral.
A avaliação no PSDB é de que eventual derrota de Serra em 2014 para o Senado e para o Suplicy seria um fim melancólico para sua carreira política, depois de já ter perdido eleições para uma até então desconhecida Dilma, em 2010, e para Fernando Haddad, no ano passado, ao concorrer à Prefeitura paulista.
As opções do ex-governador
» Câmara dos Deputados
Mais segura. O tucano seria eleito facilmente (teve 1.884.849 votos só na cidade de São Paulo no 1º turno de 2012), mas teria uma influência política bem menor.
» Senado
Mais arriscada. Para concorrer, teria de vencer o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, que detém a máquina estadual do partido. Como só há uma vaga de senador em disputa, o risco de perder é alto.
» Presidência
Praticamente descartada. Serra pode exigir a realização de prévias para definir o candidato do PSDB, mas suas chances de vencer o senador Aécio Neves (MG) são diminutas.
Votações de Serra em 2010 Em %
1º turno 32,61
2º turno 43,95