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Estado de Minas

PSD dividido sobre filiação do senador Clésio Andrade

Com o ingresso no PMDB do filho do ex-vice-presidente José Alencar, Clésio Andrade ficou sem espaço para uma candidatura majoritária em 2014


postado em 02/10/2013 06:00 / atualizado em 02/10/2013 08:15

Clésio Andrade tentar ir para o PSD (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS - 16/3/12)
Clésio Andrade tentar ir para o PSD (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS - 16/3/12)
Aecistas e dilmistas do PSD de Minas voltam a se confrontar às vesperas do fim do prazo legal para que candidatos às eleições de 2014 se filiem aos partidos políticos. E desta vez em torno da eventual filiação à legenda do senador Clésio Andrade (PMDB). É que com o ingresso no PMDB do empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar Gomes da Silva, o senador ficou sem espaço para uma eventual candidatura majoritária no ano que vem. A coligação entre PT e PMDB no estado é dada como certa: Josué é um candidato potencial para ser o vice e o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, candidato ao Senado.

Nem bem o deputado federal Diego Andrade, sobrinho de Clésio Andrade, e Geraldo Thadeu, também deputado federal pelo PSD, começaram a sondar o ânimo da bancada federal para receber o senador, armou-se o cabo de guerra. Comandada pelo secretário de Estado de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira – que faz da defesa do apoio a Aécio Neves a sua principal bandeira no partido –, a bancada estadual nomeou Neider Moreira porta-voz. “Somos oito deputados. Não admitimos atropelos dessa forma. O conjunto do partido precisa ser ouvido. Já temos problemas demais”, sustentou Neider Moreira, em referência ao fato de que o partido já vive em tensão permanente diante do dilema de aliar-se no ano que vem em prol da reeleição de Dilma Rousseff (PT) ou apoiar Aécio Neves (PSDB) e o seu grupo político no estado.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Cássio Soares, que integra a comissão executiva do PSD, declarou que foi feita uma consulta interna e que a maioria foi contra a filiação de Clésio. “Estamos apaziguados. A vinda do Clésio neste momento atrapalharia a vida do partido”, afirmou Soares.

“Depois que unificamos o partido, ficou acertado que qualquer decisão que tivéssemos de ingresso passaria pelo menos por uma consulta à executiva”, afirmou Geraldo Thadeu, justificando-se por estar sondando os colegas de partido. “Por enquanto está equilibrado. Acho que a entrada do Clésio seria grande aquisição do PSD. E o senador não faria exigência alguma. Colocaria o nome dele espontaneamente a serviço do partido, sem qualquer empecilho para que o PSD opte por se coligar de um ou do outro lado”, considerou Geraldo Thadeu.

Em defesa de Clésio, Geraldo Thadeu explicava a todos que o PSD tem vários parlamentares credenciados para uma candidatura majoritária: Jaime Martins, que se filiará hoje ao PSD, Alexandre Silveira, o deputado federal Marcos Montes. A esses nomes se somaria o do próprio Clésio. Procurado ontem pela reportagem, o senador Clésio Andrade preferiu não se manifestar.

Paulo Simão, presidente estadual do PSD, disse ontem que pretende manter a posição de árbitro na contenda. No caso específico da filiação de Josué Gomes da Silva ao PMDB, Paulo Simão admite terem havido várias reuniões e conversas entre ambos. “Foi real o contato e a sondagem. Mas desde o começo ele estava cortejado pelo PMDB e pelo PRB”, conta Paulo Simão.

Tentando evitar o racha da legenda registrado nas eleições municipais do ano passado, Paulo Simão avisa: “A convenção de junho vai decidir com quem fica o partido. O que vamos procurar é uma decisão de consenso”, diz. Na prática, o consenso no PSD é pouco provável, no velho cenário de polarização que se anuncia para as eleições ao governo de Minas no ano que vem.


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