Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rechaçam qualquer responsabilidade que a ex-senadora Marina Silva possa vir a atribuir à Justiça Eleitoral, caso a relatora do processo de criação da Rede, ministra Laurita Vaz, considere hoje, em seu voto, não ter sido cumprido o requisito legal das 492 mil assinaturas de apoio. Com o voto guardado a sete chaves e com a responsabilidade de fazer a conferência dessas assinaturas, o pressuposto da confiança tende a levar os ministros da corte a acompanharem o posicionamento de Laurita.
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Marina aguarda decisão do TSE sobre registro da Rede nesta quinta-feiraGilmar Mendes diz que TSE precisa considerar "com seriedade" argumentos da RedeGilmar Mendes recomenda 'cautela' no julgamento da RedeA argumentação de Marina Silva não foi bem recebida. Isso porque as mesmas condições objetivas da lei – e mais do que isso, o tempo material necessário para que a Justiça Eleitoral faça seu trabalho – foram aplicadas, por exemplo, ao Pros e ao Solidariedade, que se viabilizaram na semana passada. Nesse contexto, avaliam os ministros, não se sustentaria a tendência demonstrada pela ex-senadora de se vitimizar, lançando sobre o colo da Justiça Eleitoral a responsabilidade pelo fato de a Rede não ter sido criada até 5 de outubro.
Membros da Corte eleitoral chamam a atenção para o fato de que ninguém está retirando de Marina Silva o direito de se candidatar. Ela poderá fazê-lo filiando-se a um dos 32 partidos políticos existentes um ano antes da eleição – ou seja, até a meia noite deste sábado.
Diligência
Ministros do TSE lembram ainda que, tampouco, ninguém está retirando o direito de Marina de criar um partido político. Se, por exemplo, a ministra Laurita pedir abertura de diligência para verificar essas assinaturas apresentadas pela Rede, e adiante, estas forem confirmadas, a nova sigla poderá ser criada. O problema é que Marina Silva, segundo membros do TSE, parece querer atingir dois objetivos simultâneos que, pelo tempo disponível, parecem mutuamente excludentes: ter um partido político e ser candidata à Presidência da República por esta nova legenda. (Com agências)