O presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, desfiliou-se nessa quarta-feira do PSDB. E já assinou a ficha de filiação ao PP. A decisão foi tomada com a anuência e com o incentivo tanto do governador Antonio Anastasia (PSDB), quanto do senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB. O vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), presidente estadual do partido, deve assumir o governo em abril do ano que vem. Comandará por nove meses o estado. O governador Anastasia deve deixar o cargo no prazo final de desincompatibilização, em abril. Será candidato ao Senado ou coordenador do plano de governo de Aécio para a Presidência da República
Dinis Pinheiro é um dos pré-candidatos do grupo aecista à sucessão de Anastasia no Palácio da Liberdade. A ida para o PP significa, por outro lado, que não haverá uma chapa puro-sangue, já que ele deve ser candidato a vice-governador compondo chapa na candidatura do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo do estado.
Outra opção é a disputa por uma cadeira no Senado. É praticamente certo que será uma dessas duas opções. Se Anastasia não for candidato ao Senado, é claro. A decisão da troca de partido de Dinis Pinheiro foi tomada depois de conversas com Aécio e Anastasia.
Também contou, segundo fontes do Palácio da Liberdade, com a bênção do presidente estadual do PP, o vice-governador Alberto Pinto Coelho, que ainda sonha com a possibilidade de disputar a reeleição, no caso de Pimenta de Veiga não se viabilizar eleitoralmente nas pesquisas. Caso Alberto Pinto Coelho cumpra apenas mandato-tampão, o argumento entre os tucanos é de que um ex-governador “nunca fica na sombra”. Alberto cederia agora. Seria recompensado com cargo no governo e voltaria forte em 2018.
Nos últimos tempos, o presidente da Assembleia tem percorrido o estado e participado de eventos pelo interior, reunindo prefeitos, vice-prefeitos, presidentes de Câmaras Municipais e vereadores. Quase sempre Dinis Pinheiro viaja acompanhado de um grupo de deputados estaduais e de militantes tucanos. Uma estratégia que cabe tanto a um candidato a vice-governador quanto a um postulante a uma cadeira no Senado.
PSD
Às vésperas do fim do prazo para que candidatos à eleição do ano que vem se filiem aos partidos, o PSD mineiro ganhou ontem duas adesões: os deputados federais Jaime Martins (ex-PR) e José Humberto (ex-PHS). Com os novos parlamentares, a bancada do PSD na Câmara dos Deputados passou para 44 integrantes. Ambos chegaram a ser sondados para migrar para o Solidariedade – partido criado recentemente pelo deputado federal Paulinho da Força – com a promessa de dirigir a legenda no estado, mas optaram por filiar-se ao partido criado há pouco mais de dois anos pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
Esta não é a primeira vez que os deputados trocam de partido. Jaime Martins, leito em 2010 pelo PR, já pertenceu ao PFL e ao extinto PL. José Humberto tem um histórico ainda maior: antes de chegar ao PSD foi do PTB, PPS e PHS, sigla pela qual se elegeu nas últimas eleições. Jaime Martins também havia sido sondado para migrar para o PROS e para a Rede – legenda da ex-senadora Marina Silva, que hoje terá o pedido de criação julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).