Aliado da ex-senadora Marina Silva no Congresso Nacional e um dos deputados que migrará para a Rede Sustentabilidade, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorize a criação do partido, Domingos Dutra (PT-MA) disse acreditar que o partido pode se viabilizar nesta quinta-feira, 3. "Só nos resta esperar e ter esperança", desabafou. No entanto, caso a nova sigla seja barrada pelos ministros do TSE, Dutra afirma que o PPS pode ser o melhor caminho para a ex-senadora disputar a sucessão presidencial de 2014. "Acho que o PPS é mais interessante", avaliou.
Segundo o parlamentar, não há conversas com o PEN e as especulações de que a sigla poderia se fundir com a Rede são infundadas. Apesar da ex-senadora insistir que não tem um Plano B em caso de rejeição do pedido de formalização da Rede, Dutra disse que o PPS teria mais chances de abrigar os marineiros, uma vez que o partido tem mais tempo de TV, mais capilaridade e uma bancada mais "respeitada".
Faltando poucas horas para o julgamento do TSE, Dutra admitiu que a Rede iniciou o processo de coleta de assinaturas tardiamente. "Pode ter começado tarde, é fato. Mas em seis meses coletamos 910 mil assinaturas", respondeu. O parlamentar reclamou do rigor dos cartórios em determinadas zonas eleitorais, como em Brasília e em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Em sua avaliação, também faltou experiência da militância para organizar a coleta de assinaturas. Enquanto outros partidos concentraram os trabalhos em poucas regiões, os marineiros optaram por espalhar a atuação dos voluntários, o que dificultou depois as ações nos cartórios. "Ficou impossível recorrer das decisões dos cartórios", comentou.
Dutra brincou com os jornalistas ao dizer que sem a Rede, ele estará "quase que num mato sem cachorro". Eleito pelo PT, o deputado disse que não continuará no partido devido à relação dos petistas com o PMDB da família Sarney, no Maranhão. "O meu problema com o PT é local", afirmou.
O parlamentar revelou que recebeu o convite de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidenciável, para se filiar ao PSB, caso fique sem legenda. Outra opção seria o recém-criado Partido da Solidariedade, do deputado de São Paulo Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical.