Mesmo sabendo que a missão não era fácil, a ex-senadora havia dito antes no começo da tarde que a expectativa era boa. "Estou confiante no trabalho que fizemos e na justiça", chegou a dizer a ex-senadora, antes da seção. "Obrigado a todo mundo que está torcendo e trabalhou conosco. Esta expectativa é minha e de todo brasileiro que defende a democracia", finalizou Marina, agradecendo os apoiadores.
No julgamento desta quinta-feira (3/10), a ministra Laurita Vaz abriu os trabalhos votando contra o registro do partido. Laurita fez coro à recomendação do Ministério Público em documento do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, e disse que "provar a autenticidade das assinaturas é ônus dos partidos e não dos cartórios". A ministra encerrou dizendo que "o partido não conseguiu comprovar o apoiamento mínimo".
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Com o caso já decidido, o ministro Marco Aurélio de Mello foi breve e seguiu a lógica dos colegas votando pela negação registro sob a alegação de que é necessária a percentagem mínima de apoiamento para o registro do partido de Marina Silva.
Após longo pronunciamento, o ministro Gilmar Mendes, que participou da sessão no lugar de Dias Toffoli - em viagem ao exterior -, discordou dos colegas e fez os simpatizantes da Rede o aplaudirem no TSE. Gilmar Mendes afirmou que "assinaturas foram invalidadas sem justificação expressa" e falou que "não se trata de descumprir a legislação, e sim de aplicar a legislação". O ministro encerrou o voto afirmando ser a favor do deferimento do registro da Rede Sustentabilidade.
Finalizando a votação e o julgamento, a ministra e presidente do TSE, Cármen Lúcia, foi firme e contrária à posição de Gilmar Mendes, argumentando que os ministros precisam se "submeter à lei, caso contrário seria o caos". Cármen Lúcia ainda disse que os ministros precisam "aplicar a lei de ofício, caso contrário é preciso mudá-la" e encerrou falando "que houve absolutamente o cumprimento de um requisito imprescindível".
Com o voto da presidente do TSE, a sessão terminou com seis posicionamentos contrários (Laurita Vaz, João Otávio de Noronha, Henrique Neves da Silva, Luciana Christina Guimarães Lóssio, Marco Aurélio de Mello e Cármen Lúcia) ao registro do partido e apenas um voto favorável (Gilmar Mendes).
A ex-senadora tentava convencer os ministros a considerar 98 mil fichas rejeitadas na fase de coleta de apoio. Conforme números do TSE, a sigla conta com 442 mil certidões, 50 mil a menos que a quantidade exigida por lei.
Além da fundadora do partido, estiveram presentes no julgamento os deputados federais Antônio Reguffe (PDT, Walter Feldman (PSDB) e Miro Teixeira (PDT) e a ex-senadora Heloísa Helena (Psol).
Em 2010, então pelo Partido Verde (PV), Marina Silva foi a terceira candidata mais votada na eleição presidencial, com 19,33% do votos válidos no primeiro turno, o que representou 19.636.359 milhões de votos. No Distrito Federal, a ex-senadora superou Dilma e Serra e foi a candidata mais votada, obtendo 611 mil votos, o que representou quase 42% dos votos válidos.